Ugeirm faz reunião com a Casa Civil do governo do estado

reuniao_Casa_Civil_20_06Na manhã desta segunda-feira (20) a direção da UGEIRM esteve reunida com o Secretário Adjunto da Casa Civil, José Guilherme Kliemann. A reunião foi um pedido da direção do sindicato, afim de tratar de assuntos prementes da categoria. Entre eles, as promoções, a reposição do efetivo da Polícia Civil e a reposição dos subsídios da polícia civil nos mesmos índices do judiciário.

O Secretário se mostrou aberto à discussão. Porém, expressou de maneira clara a posição do governo Sartori/PMDB. A prioridade absoluta do governo é o equilíbrio fiscal do estado. Em primeiro lugar as finanças em dia, a partir daí qualquer outra política de governo. Inclusive a segurança pública e outras áreas essenciais, como educação e saúde. Em mais de uma oportunidade, o secretário citou que todas as áreas possuem necessidades urgentes e que o governo só poderá atende-las quando estiver com as finanças em equilíbrio. Nada diferente do que o governador Sartori/PMDB já expressou em outras oportunidades.

Quanto às reivindicações apresentadas pela UGEIRM, o secretário não se comprometeu com nenhuma delas. No entanto, se comprometeu a levá-las ao governador.

Na questão das contratações, disse que o governador se comprometeu a fazer a nomeação de novos policiais no segundo semestre, sem se comprometer com nenhuma data específica ou quantidade de policiais. Ou seja, as nomeações podem acontecer já em julho, ou, até mesmo, em dezembro desse ano, em número indefinido.

Quanto às promoções, o Secretário confirmou que as mesmas estão na pauta do governo. Porém, não se comprometeu com nenhuma data, ou mesmo número de promoções. Apenas ressaltando que o governo entende a importância das mesmas para a polícia. No entanto, deixou claro que só serão feitas com a condição de não colocar as finanças do estado em risco. A UGEIRM lembrou ao secretário que as promoções devem contemplar todos os policiais, inclusive os ex-investigadores que passaram a Escrivão e Inspetor de Polícia.

Sobre a reposição da inflação para os subsídios da polícia civil, como já aprovado pela Assembleia legislativa para o judiciário, o Secretário prometeu encaminhar o pedido ao governador. A UGEIRM protocolou o ofício com a reivindicação, argumentando que os policiais têm direito a esse reajuste, nos mesmos moldes do judiciário, por se tratar de reposição da inflação, o que está garantido na Lei que estabeleceu o pagamento através de subsídios para os policiais do estado

Estado mínimo, ataque aos servidores e calamidade pública

Na verdade, o que vimos na reunião foi uma expressão clara da visão de Estado que venceu as últimas eleições, com o apoio da maior parte da população gaúcha. Um Estado onde o principal compromisso é com os números, só depois temos os cidadãos e suas necessidades. Para essa visão, expressa e aplicada pelo PMDB em outros estados, o estado deve ser administrado como uma empresa, voltado para o lucro, o que no caso da administração pública significa superávit fiscal.

Uma mostra disso foi a afirmação do Secretário, que citou os anos de 2008 e 2009 como os melhores do nosso Estado. Exatamente durante o governo Yeda Crusius, que aplicou o maior arrocho aos servidores públicos de toda a história, com sua política de déficit zero. É bom lembrar que essa política levou o PIB do nosso Estado a ficar abaixo da média nacional nos dois anos. Em 2008, enquanto o país crescia 5,10%, o RS crescia 2,7%. Em 2009, o Brasil tinha uma retração de 0,2% e o PIB do RS recuava em 0,4%.

Essa mesma política levou outros estados administrados pelo PMDB à falência. O exemplo mais recente é o Rio de Janeiro, que, a partir dessas mesmas políticas, decretou estado de calamidade pública em razão de sua grave crise financeira. Lá também temos parcelamento de salários, não pagamento de 13º salário, crise na segurança e discurso de responsabilidade fiscal. Muito parecido no o Rio Grande do Sul.

Para Secretário aposentadoria especial da mulher é um grande problema

Outra questão levantada pelo secretário foi o grande número de pedidos de aposentadoria dos policiais civis, em particular das mulheres policiais. De acordo com Kliemann, desde a aprovação da aposentadoria especial das mulheres, ocorreu uma onda de pedido de aposentadorias das policiais civis. Na visão do secretário, essa política vai ter que ser revista, sob pena de colocar em risco o sistema previdenciário. Ao ser alertado pela diretora da UGEIRM, Neiva Carla, que a aposentadoria especial da mulher policial se trata de um dispositivo constitucional, o secretário defendeu a mudança do dispositivo constitucional. Essa posição foi questionada pela diretora da UGEIRM, que lembrou ao secretário a natureza do trabalho das mulheres policiais, que estão expostas a condições especiais de risco e stress no seu trabalho. Além disso, é importante ressaltar que a quantidade de pedidos de aposentadoria na polícia se deve muito mais aos ataques à previdência dos servidores públicos feitos pelo governo Sartori, além dos constantes atrasos de salários, do que a um direito legítimo conquistado com muita luta pelas mulheres policiais.

Promoções e reposição do efetivo, somente com mobilização

A reunião com o secretário Kliemann foi importante para os policiais saberem o que os esperam. Para o presidente da UGEIRM, Isaac Ortiz, “não podemos mais ficar sentados aguardando a publicação das promoções. Os policiais precisam se mobilizar para pressionar o governo. Essa reunião nos mostrou que os constantes boatos de anúncio das promoções, ou de contratação de novos policiais, não são mais do que boatos. Não se tem nada de concreto no governo. Se ficarmos esperando, corremos o risco de termos as promoções somente em dezembro. Ou nem isso. É importante o governo tomar consciência que, se as promoções não saírem o mais rápido possível, as próprias operações policiais estarão em risco. Essas operações midiáticas, usadas pelo governo como peças publicitárias, não podem existir sem a valorização dos policiais. Precisamos fortalecer a Operação Padrão, pois esse governo só funciona na base da pressão. Somente nossa mobilização pode garantir nossas promoções”.