Quatro meses após Pacote da Segurança, assassinatos disparam no RS

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Em 30 de junho deste ano, o governador Sartori/PMDB anunciou, em solenidade com grande pompa, o seu Pacote de Medidas para a Área de Segurança Pública. O nome grande, na verdade, escondia um apanhado de medidas desencontradas que, como já avisava a UGEIRM, não tinha nenhuma chance de conter a onda de violência do RS. O que era previsto, acontece agora da forma mais cruel possível. O mês de novembro registrou um recorde no número de assassinatos na Capital. De acordo com levantamento do jornal Diário Gaúcho, tivemos o novembro mais violento desde que o jornal começou a sua série histórica, em 2011. Foram 71 mortes por assassinato em Porto Alegre. Uma média de mais de 2 mortes por dia.

grafico_violenciaO mais assustador é que a tendência é de alta. Não vemos nenhuma atitude do governo Sartori/PMDB que nos permita prever uma queda nesses números absurdos. Pelo contrário, o anúncio do último Pacote do governo prenuncia dias piores ainda para a população gaúcha. Combate à violência não se faz diminuindo a presença do Estado na sociedade. Está provado que a presença dos serviços públicos nas comunidades é o principal fator para a queda nos índices de violência. Basta olharmos que a explosão de violência começa exatamente quando o projeto Territórios da Paz, implantado nas áreas mais violentas da cidade, começava a degringolar; esse projeto trabalhava na lógica de levar a presença do Estado para essas áreas, não somente a polícia. Combinado com o fim do projeto, vimos uma diminuição brutal dos investimentos em segurança pública no período, anunciando o início da tragédia.

A posse do governador Sartori/PMDB elevou o problema a níveis inimagináveis. O corte brutal de investimentos em todas as áreas, inclusive a segurança pública, transformou o aumento da violência em epidemia. O parcelamento de salários e o ataque aos servidores públicos desarticulou completamente os serviços públicos e, não satisfeito, o governador anuncia, agora, um pacote mais recessivo ainda. Com isso, podemos prever para o ano que vem outros recordes de assassinatos.

Para o vice-presidente da UGEIRM, Fábio Castro, “a derrubada do Pacote do Sartori/PMDB é uma necessidade, não apenas para defender os direitos dos servidores, mas para defender o direito à vida dos gaúchos. O corte de investimentos, a desarticulação dos serviços públicos e o ataque aos servidores terá um resultado: mais pessoas mortas de forma violenta. Essa é a face mais cruel desse pacote, vidas que serão perdidas devido a incompetência de um governo que bate cabeça a dois anos, sem projeto. Ou pior, com o projeto claro de entregar o nosso estado aos seus amigos. Mesmo que, para isso, tenha que abandonar a vida dos cidadãos nas mãos da criminalidade”.