Empresa que comprou silêncio de Cunha/PMDB doou R$ 2,5 milhões para Campanha de Sartori/PMDB
São tantas notícias aparecendo ao mesmo tempo, que corre-se o risco de perdermos informações muito importantes. No meio de todo noticiário sobre o escândalo da empresa JBS (Friboi), uma informação chama a atenção dos gaúchos. A empresa, do empresário Joesley Batista, foi a maior doadora da campanha do então candidato a governador José Ivo Sartori (PMDB).
O fato de ela ser uma grande doadora não é nenhuma surpresa, pois a empresa também foi a maior doadora das campanhas de Dilma e Aécio Neves. Porém, um detalhe é peculiar no caso gaúcho: o total da contribuição para a campanha do atual governador é quatro vezes a soma da contribuição a todos os outros candidatos. Além disso, a contribuição da JBS corresponde a aproximadamente ¼ do total arrecadado pelo governador. Outro dado intrigante é que a candidatura Sartori/PMDB foi a única a receber o dinheiro diretamente da empresa. Todos os outros candidato receberam a doação por intermédio do Diretório Nacional da sua legenda, ou da candidatura a presidente, ou através das candidaturas proporcionais. Isso demonstra uma relação mais íntima da empresa com o candidato.
Essa disparidade na quantia doada à campanha de José Ivo Sartori/PMDB em relação às outras candidaturas, poderia ser decorrente dele ser um dos candidatos favoritos. Porém, isso não foi o que ocorreu. Sartori só cresceu nos últimos dias de campanha. Até a véspera da eleição, as candidaturas que polarizavam o pleito eram a de Tarso Genro e Ana Amélia Lemos. Ou os irmãos Batista têm um faro eleitoral muito apurado, ou realmente tinham algum compromisso mais sólido com o candidato.
JBL recebeu R$ 1 bilhão de incentivos fiscais do governo do Mato Grosso do Sul
Uma das formas que as empresas dos irmãos Batista conseguem contrapartidas às suas doações eleitorais, são as isenções fiscais praticadas pelos vários governos estaduais. No Mato Grosso do Sul, a empresa consegui isenções fiscais que somam mais de R$ 1 bilhão até 2028. Infelizmente, aqui no nosso estado esses dados não estão disponíveis. Sabemos, apenas, que o montante que o governo abre mão, em benefício de grandes empresas, chega a R$ 9 bilhões anuais. As empresas beneficiadas fazem parte de uma verdadeira Caixa Preta, que o governo Sartori defende com unhas e dentes. Inclusive desrespeitando decisões judiciais.
Para o presidente da UGEIRM, Isaac Ortiz, “a corrupção no Brasil só vai ser combatida de forma eficaz, quando tivermos uma verdadeira transparência nos gastos do governo. Os empresários que sugam as finanças do estado, se aproveitam dessa falta de transparência para a prática de negócios escusos. É inaceitável que o governo Sartori/PMDB abra mão de R$ 9 bilhões anuais da arrecadação do estado e a população não possa saber quem são os beneficiários. Não estamos acusando o governador de nada, o que queremos é mais transparência no uso do dinheiro público. Os gaúchos têm o direito de saber se essa empresa que doou mais de R$ 2 milhões para campanha do governador tem isenções fiscais do governo. É uma questão de moralidade pública. Tanto o governador Sartori como governo Temer, responsabilizam os servidores pela crise financeira do RS e do país. Porém destinam bilhões para grandes empresas que são grandes doadoras de campanha. Esse dinheiro deveria servir para atender as necessidades da população com Saúde, Educação e Segurança”.