Temer oferece aposentadoria dos brasileiros em jantar para convencer parlamentares
Na noite da última quarta-feira (22), enquanto a maioria dos(as) brasileiros(as) assistia a final da Taça Libertadores, o governo Temer/PMDB oferecia, em Brasília, um farto jantar para os parlamentares da base aliada, ministros e governadores. O prato principal foi a aposentadoria dos(as) trabalhadores brasileiros(as). O objetivo foi alcançar os votos necessários para mudanças que prometem acabar com a aposentadoria dos(as) trabalhadores(as).
Além do aumento da idade mínima para todos os trabalhadores(as), para 65 anos (homens) e 62 anos (mulheres), o projeto propõe um verdadeiro ataque às aposentadorias dos servidores públicos. O tempo de contribuição mínima para aposentadoria dos servidores públicos será de 25 anos. A partir desse mínimo o servidor recebe 70% da sua renda média. Para conseguir a integralidade da sua aposentadoria terá que contribuir durante 40 anos. Essa regra vale também para os policiais, que terão apenas uma diferença: o estabelecimento da idade mínima em 55 anos.
Com essas novas regras, um policial que entrar na polícia com 25 anos, só poderá se aposentar, com a integralidade do seu salário, após os 65 anos. Considerando que a expectativa de vida média dos policiais é de menos de 60 anos, a aposentadoria policial integral, na prática, acaba. O governo alega que essas medidas acarretarão uma economia de R$ 800 bilhões ao longo de dez anos. Ouvindo o valor, parece que o sacrifício é válido. Porém, se lembrarmos que, somente nesse ano, o governo abriu mão de R$ 500 bilhões em refinanciamentos de dívidas e multas de empresas, chegamos à conclusão que o objetivo do governo não é economizar, mas sim privatizar a previdência dos(as) trabalhadores(as).
Com a impossibilidade de se aposentar com a integralidade dos salários, quem puder, vai procurar complementar sua aposentadoria com um Plano de Previdência Privado. E é esse o grande objetivo do governo, aquecer o mercado de previdência privada que, hoje, é dominado pelos grandes bancos brasileiros, Itaú e Bradesco. Ou seja, o governo Temer quer destruir a aposentadoria pública dos (as) brasileiros (as), para atender aos grandes financiadores de campanhas.
Pressão sobre deputados pode impedir o fim da aposentadoria
O governo Temer/PMDB utiliza de suas armas para aprovar seu projeto de Reforma da Previdência. Jantares com deputados, oferecimento de cargos no governo, liberação de verbas, refinanciamento de dívidas dos ruralistas e verba de publicidade para a mídia defender seus interesses, são as armas que o governo Temer possui. Os(as) trabalhadores(as), que serão os grandes atingidos pela Reforma, também possuem suas armas. O projeto do governo só não foi aprovado até agora, por causa da grande rejeição que encontrou na população. Os deputados estão preocupados com as eleições de 2018. Boa parte deles, sabe que votar contra a aposentadoria pode significar a perda do seu mandato nas próximas eleições. O papel dos(as) trabalhadores(as) é reafirmar essa possibilidade. Uma grande pressão nas bases eleitorais dos parlamentares pode impedir a aprovação do projeto no Congresso.
A UGEIRM, em conjunto com o Sindicato dos Policiais Federais do RS e do Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais, está preparando uma campanha de mídia para denunciar os parlamentares que declararem voto a favor da reforma. A ideia é ocupar espaços no rádio, denunciando os ataques do governo Temer/PMDB e direcionar a campanha para as bases eleitorais dos deputados federais gaúchos. Os policiais podem fazer a sua parte, enviando e-mail para os parlamentares, deixando claro o que acontecerá se eles votarem, contra a aposentadoria policial. O título de e-mail deve ser: Se o sr (a) votar a favor da Reforma da Previdência, não terá o meu voto e da minha família nas próximas eleições.
Veja abaixo a lista de e-mail dos parlamentares gaúchos:
dep.afonsohamm@camara.leg.br, dep.afonsomotta@camara.leg.br, dep.alceumoreira@camara.leg.br, dep.assismelo@camara.leg.br, dep.bohngass@camara.leg.br, dep.cajarnardes@camara.leg.br, dep.carlosgomes@camara.leg.br, dep.covattifilho@camara.leg.br, dep.danrleidedeushinterholz@camara.leg.br, dep.darcisioperondi@camara.leg.br, dep.giovanicherini@camara.leg.br, dep.heitorschuch@camara.leg.br, dep.henriquefontana@camara.leg.br, dep.jeronimogoergen@camara.leg.br, dep.joaoderly@camara.leg.br, dep.jonesmartins@camara.leg.br, dep.josefogaca@camara.leg.br, dep.joseotaviogermano@camara.leg.br, dep.josestedile@camara.leg.br, dep.luiscarlosheinze@camara.leg.br, dep.marcomaia@camara.leg.br, dep.marcon@camara.leg.br, dep.mariadorosario@camara.leg.br, dep.mauropereira@camara.leg.br, dep.onyxlorenzoni@camara.leg.br, dep.paulopimenta@camara.leg.br, dep.pepevargas@camara.leg.br, dep.pompeodemattos@camara.leg.br, dep.renatomolling@camara.leg.br, dep.sergiomoraes@camara.leg.br, dep.yedacrusius@camara.leg.br.