Governo não consegue votos e votação da reforma da Previdênciafica para o próximo ano
Após uma grande pressão dos movimentos sociais sobre os deputados federais, o presidente do Congresso Nacional, deputado Rodrigo Maia (DEM/RJ) anunciou, nesta quinta-feira (14), que a votação da reforma da Previdência ficará para o dia 19 de fevereiro do ano que vem, na volta do recesso parlamentar.
Essa semana foi de grande movimentação em Brasília. De uma lado os sindicatos e movimentos sociais fizeram uma grande mobilização para pressionar os parlamentares a não votarem a reforma do governo Temer/PMDB. Caravanas de entidades de todo o país foram para Brasília, já na segunda-feira, e percorreram os gabinetes para dialogar com os parlamentares. A UGEIRM também esteve presente e participou da pressão sobre os parlamentares gaúchos.
Por outro lado, os grandes empresários, representantes do sistema financeiro e a mídia empresarial, financiaram uma grande campanha, que tomou Brasília, defendendo a reforma da Previdência e pressionando os deputados. Além das promessas do governo, que acenou com muitas verbas extras e cargos no governo, a imprensa fez uma campanha diária nos meios de comunicação, tentando ganhar a população para a proposta de reforma da Previdência. Na ânsia de conseguir reverter os votos dos deputados, os grandes empresários não se furtaram em usar a estrutura do Sistema S (Sesi, Senac e Senai), que é financiado com o imposto sindical de milhões de pequenos empresários, para espalhar outdoors e materiais impressos por Brasília em defesa da reforma.
Aqui no Rio Grande do Sul, a UGEIRM, junto com os Policiais Federais e Policiais Rodoviários Federais fez, durante todo o mês de dezembro, uma grande campanha de mídia contra a reforma. Foram espalhados outdoor por várias regiões do estado, denunciando os deputados que iriam votar a favor da reforma da Previdência. Além disso, durante todo o mês foi veiculado spot de rádio das entidades na Rádio Guaíba, denunciando a reforma e explicando os prejuízos que a sua aprovação trarão para a segurança pública.
Porém, nem mesmo os milhões despejados foram capazes de convencer os deputados a arriscar suas reeleições em 2018. O governo não conseguiu os votos necessários e preferiu adiar a votação para o próximo ano. As entidades prometem continuar a pressão durante o recesso parlamentar. Serão feitas gestões junto aos deputados em suas bases eleitorais por todo o país. Para o vice-presidente da UGEIRM, Fábio Castro, que esteve em Brasília esta semana, “a manutenção da mobilização é fundamental. O governo reconheceu que não tinha os votos necessários e efetuou um recuo tático. Porém, vai voltar com toda a força durante o recesso parlamentar. A ideia é esfriar o assunto e, em fevereiro, durante o verão, tentar apressar a reforma da Previdência a todo custo. Por isso, temos que também aproveitar as férias, quando os parlamentares voltam para a sua base, para mostrar o que vai significar o voto a favor da reforma da Previdência: a perda dos votos em 2018 e a sua não reeleição”.