Colunista de ZH responsabiliza segurança pública por crise no estado

Em sua coluna desta quinta-feira (05) no jornal Zero Hora, a jornalista Rosane de Oliveira afirma que os investimentos com o pessoal da área da Segurança Pública são os responsáveis pela maior parte do déficit das finanças estaduais. Rosane levanta os dados referentes à variação da folha de pagamento do serviço público estadual e chega à conclusão que a segurança pública e a educação tiveram crescimento acima da inflação. Infelizmente, a jornalista não consegue nem mais disfarçar seu papel de porta voz do governo do estado. Atacar os professores e policiais neste momento, tem um único propósito: tentar defender o indefensável Pacote enviado por Eduardo Leite para a Assembleia Legislativa. Diante da imensa rejeição que o Projeto alcançou na população e na própria classe política, o governo aciona seus aliados de sempre e, entre eles, o com a fidelidade mais canina de todos, o titular da página 10 do Jornal Zero Hora.

Rosane de Oliveira honra a triste tradição que vem desde Barrionuevo, que exerceu com “brilhantismo” o papel de defensor do governo Antônio Britto na imprensa gaúcha. Para satisfazer o governo de plantão e principal anunciante nos veículos dos seus patrões, Rosane tenta convencer a população que profissionais que arriscam diariamente sua vida no combate a violência, são, na verdade, uma casta de privilegiados. Talvez, fosse bom para Rosane de Oliveira deixar um pouco o conforto da sua sala refrigerada na esquina da Érico Veríssimo com a Ipiranga e retomar o caminho do bom trabalho jornalístico. Um chá de realidade, visitando delegacias e verificando como é um dia de trabalho de um policial, poderia ser bom para abrir os seus olhos para uma realidade de celas superlotadas, ameaças de rebelião, prédios caindo aos pedaços e a incerteza de voltar para casa no final do dia. Rosane poderia, também, observar as planilhas com as estatísticas da violência no RS, que vem caindo mês a mês, graças ao trabalho árduo dos policiais que a colunista chama de privilegiados. Se ao final desse dia, a colunista ainda tiver a coragem de afirmar que esses trabalhadores são privilegiados, estaremos diante de um caso único.

Porém, o que mais causa repulsa, é que não vemos uma vírgula em sua coluna diária, falando dos bilionários incentivos fiscais recebidos pelos grandes empresários gaúchos. Muito menos, é possível ler notas da colunista falando dos milhões gastos em publicidade nos veículos do grupo RBS. É o famoso jornalismo do Sim Senhor, se é que podemos chamar isso de jornalismo. Como dizia o saudoso jornalista Millor Fernandes: “Quem se curva diante dos opressores, acaba por mostrar o traseiro para os oprimidos”.