Prefeitura e Vereadores de Porto Alegre acabam com passe livre no dia das eleições
Pela primeira vez em três décadas, Porto Alegre não tem a garantia que terá passe livre no dia das eleições. O direito foi retirado com a aprovação da lei complementar nº 931, sancionada pelo prefeito Sebastião Melo (MDB) em dezembro do ano passado. Em um dos momentos mais importantes da história do nosso país, a população mais pobre vai ter que enfrentar mais uma dificuldade para expressar sua vontade. A não disponibilização de transporte público gratuito para quem vai votar, estimula o não comparecimento às urnas. O preço da passagem de ônibus em Porto Alegre é de R$ 4,80, se contarmos a ida e a volta ao local de votação, o eleitor vai gastar, no mínimo, R$ 9,60. O eleitor …
[16:49, 29/09/2022] Marcelo Souza: Prefeitura e Vereadores de Porto Alegre acabam com passe livre no dia das eleições
Pela primeira vez em três décadas, Porto Alegre não tem a garantia que terá passe livre no dia das eleições. O direito foi retirado com a aprovação da lei complementar nº 931, sancionada pelo prefeito Sebastião Melo (MDB) em dezembro do ano passado. Em um dos momentos mais importantes da história do nosso país, a população mais pobre vai ter que enfrentar mais uma dificuldade para expressar sua vontade. A não disponibilização de transporte público gratuito para quem vai votar, estimula o não comparecimento às urnas. O preço da passagem de ônibus em Porto Alegre é de R$ 4,80, se contarmos a ida e a volta ao local de votação, o eleitor vai gastar, no mínimo, R$ 9,60. O eleitor que não comparecer a votação, pagará uma multa de R$ 3,51, menos da metade do custo com transporte.
O Prefeito Sebastião Melo argumenta que as gratuidades impactavam o preço das passagens, majorando o valor final aos usuários. No entanto, o poder público poderia, tranquilamente, subsidiar o custo das passagens nos dias de eleição. Nas eleições de 2020, o custo do passe livre ficou em cerca de R$ 1,8 milhões. Para se ter uma ideia, somente com o horário eleitoral na TV, o poder público gastará, em 2022, mais de R$ 900 milhões, que serão repassados às emissoras de TV. Com certeza, os custos de publicidade da Prefeitura ultrapassam em muito o investimento necessário para subsidiar o passe-livre nos dois dias de eleição.
O que o Prefeito e os Vereadores que aprovaram o fim do passe-livre nos dias de eleição não conseguem, ou não querem, enxergar, é que o voto, mais do que uma obrigação, é um direito de todos os cidadãos. Ao dificultar o acesso dos mais pobres ao voto, o Prefeito e os Vereadores estão elitizando ainda mais a participação política. Novamente, os mais necessitados são excluídos na hora de definir nosso destino. Fazer com que um trabalhador precise pagar para exercer seu direito ao voto, é um grande absurdo. Com essa medida, Porto Alegre está voltando no tempo e retrocedendo em mais de 30 anos. Ao excluir os mais pobres do direito ao voto, os políticos estão querendo afastar os mais atingidos com as suas políticas de retirada de direitos e que teriam mais motivos para mudar, através do voto, o momento tão dramático que atravessamos. A sociedade tem que exigir que o Prefeito restabeleça o passe-livre em Porto Alegre, para que o dia 2 de outubro seja um dia de festa da democracia, com todos tendo direito de participar do direito sagrado ao voto.
Confira os (as) vereadores (as), que votaram pelo fim do passe-livre no dia da eleição
Pelo fim do passe-livre (20):
Alexandre Bobadra (PSL); Alvoni Medina (REP); Cassiá Carpes (PP); Cláudia Araújo (PSD); Comandante Nádia (DEM); Felipe Camozzato (NOVO); Fernanda Barth (PRTB); Gilson Padeiro (PSDB); Giovane Byl (PTB); Hamilton Sossmeier (PTB); Idenir Cecchim (MDB); José Freitas (REP); Lourdes Sprenger (MDB); Mari Pimentel (NOVO); Mauro Pinheiro (PL); Moisés Barboza (PSDB); Mônica Leal (PP); Pablo Melo (MDB); Psicóloga Tanise Sabino (PTB); Ramiro Rosário (PSDB)
Pela manutenção do passe-livre (13):
Airto Ferronato (PSB); Aldacir Oliboni (PT); Bruna Rodrigues (PCdoB); Daiana Santos (PCdoB); Jonas Reis (PT); Kaká D’Ávila (PSDB); Karen Santos (PSOL); Laís Mandato Coletivo (PSOL); Laura Sito (PT); Leonel Radde (PT); Márcio Bins Ely (PDT); Matheus Gomes (PSOL); Roberto Robaina (PSOL)