Marcha da Segurança Pública marcou a Greve Geral em Porto Alegre
Os servidores da Segurança Pública realizaram uma grande Marcha para marcar o dia da Greve Geral contra as reformas do governo Temer/PMDB. Às 10 horas da manhã, já era grande o número de pessoas em frente ao Palácio da Polícia, na Avenida Ipiranga. Os primeiros a chegar foram os Policiais Civis. Mesmo com os bloqueios realizados em diversas estradas do estado, vários ônibus conseguiram chegar até Porto Alegre para participar da Marcha. Em seguida, os servidores do IGP e da Polícia Rodoviária Federal começaram a dar um volume ainda maior na frente do Palácio da Polícia. Por último, os Policiais Federais, acompanhados dos servidores da SUSEPE, chegaram em Marcha realizada a partir do prédio da Polícia Federal, na própria Avenida Ipiranga.
Com a frente do Palácio da Polícia tomada pelos manifestantes, as direções dos sindicatos começaram a saudar os manifestantes a partir do carro de som. Após uma série de falas explicando os motivos da Greve Geral e os perigos da reforma da Previdência para o conjunto dos trabalhadores, os manifestantes seguiram em caminhada pela Avenida João Pessoa. Com o andamento da Marcha, o número de policiais aumentou ainda mais, tomando grande parte da Avenida. Do carro de som, os policiais explicavam à população que os servidores da segurança pública estavam nas ruas para defender os direitos de todos os brasileiros, principalmente o direito a uma aposentadoria digna. Em cada lugar que passavam, os manifestantes eram saudados pelos populares, que, apesar do bloqueio do trânsito, buzinavam em apoio às reivindicações ou acenavam das janelas dos prédios. A Marcha prosseguiu pela avenida Salgado Filho fazendo seu encerramento na Esquina Democrática, no centro de Porto Alegre.
Greve Geral já causa recuos no governo Temer/PMDB e no Congresso
O grande sucesso da Greve Geral, que parou todas as capitais e grandes cidades do país, já começou a causar defecções na base do governo. Hoje, os deputados já falam em adiar a votação do projeto na Comissão Especial que avalia a PEC287, com medo de não conseguirem os votos necessários para aprovação. Em pesquisa divulgada no fim de semana, 70% dos brasileiros rejeitam a reforma da Previdência. Um claro sinal que a adesão à Greve Geral não foi apenas dos trabalhadores sindicalizados. Com toda essa rejeição, a tendência é de que cada vez mais deputados abandonem o barco governista e se declarem contrários à reforma da Previdência.
Por todos esses motivos, as Centrais Sindicais já preparam novas mobilizações para manter o governo Temer na defensiva. Em reunião nessa semana, serão decididos os novos passos da mobilização contra a reforma da Previdência. Uma das ideias já levantada, seria a realização de uma nova Greve Geral, dessa vez com a duração de dois dias, com uma grande Marcha de ocupação de Brasília para pressionar os parlamentares. Outra providência, é a pressão sobre os deputados em suas bases eleitorais, com campanhas de mídia cobrando um posicionamento claro dos parlamentares a respeito da votação das reformas do governo Temer/PMDB.
O principal saldo da Greve Geral do dia 28 de abril, foi uma retomada da ofensiva por parte dos trabalhadores, com o consequente recuo do governo. Porém, a resposta do governo será da maneira que ele sabe atuar, com compra de deputados e ameaças de retaliação aos parlamentares. Os jornais de hoje já anunciam a exoneração de CCs ligados a deputados que se declararem contrários às reformas. Porém, os parlamentares sabem que é melhor perder CCs do que o próprio mandato nas eleições do ano que vem. Por isso, é fundamental a manutenção e ampliação da mobilização, somente assim os trabalhadores conseguirão defender a sua aposentadoria.
Para o presidente da UGEIRM, Isaac Ortiz, “agora é a hora de ampliarmos a mobilização e levarmos nossa insatisfação até os parlamentares. A ideia de uma Marcha a Brasília é muito boa para isso. Se as centrais decidirem realizar uma grande Marcha Contra a Reforma da Previdência, a UGEIRM vai levar os policiais civis gaúchos até Brasília. O governo Temer já acusou o golpe, agora é hora de continuarmos na ofensiva. Só vamos parar quando essa reforma da Previdência for derrubada na íntegra.”