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Aumento do número de homicídios e de latrocínios acende sinal amarelo na segurança do RS

Os números divulgados pela Secretaria de Segurança Pública nesta quinta-feira (15), revelaram dados preocupantes. Os homicídios, latrocínios e feminicídios tiveram aumento em janeiro, em relação ao mesmo mês do ano de 2023. No caso dos homicídios o crescimento foi de 15%, os latrocínios tiveram crescimento de 33% e os feminicídios cresceram 10%.

Os índices que mais preocupam, são os relativos aos homicídios, pelo crescimento em números absolutos. Foram 24 mortes a mais em relação a janeiro de 2023, totalizando 187 homicídios. Na avaliação do comando da Brigada Militar, a maioria desses casos estão relacionados às disputas no crime organizado e concentrados nas cidades de Caxias do Sul, Passo Fundo e Pelotas.

Presidente da UGEIRM já alertava, no início desse ano, para possibilidade de crescimento da violência

Em matéria publicada no dia 11 de janeiro no site da UGEIRM, o Presidente do sindicato, Isaac Ortiz, já alertava que “a falta de valorização dos servidores que são os responsáveis pela queda dos indicadores de violência, terá sérias consequências para a segurança pública. A explosão do número de exonerações é um claro sinal de problemas futuros. Esses policiais que estão saindo, são profissionais capacitados e treinados pelo Estado, com vasta experiência no trabalho policial. A Segurança Pública é uma área que não combina com a alta rotatividade na sua força de trabalho”. O crescimento no número de homicídios é um sinal de alerta que precisa ser levado a sério pelo governo do estado.

A política de fazer mais com menos tem um limite. A sobrecarga de trabalho dos profissionais da segurança pública e a falta de valorização da categoria uma hora vai cobrar seu preço. É importante que o governo entenda que a queda nos índices de violência em 2023, foi alcançada apesar da política equivocada em relação aos servidores da segurança pública. É significativo que esse aumento de homicídios esteja relacionado às disputas no crime organizado. O combate a esse tipo de crime necessita de investimento na polícia investigativa, que é a Polícia Civil. E o quadro atual da Instituição é extremamente preocupante, com uma categoria sobrecarregada, com salários desvalorizados e falta de pessoal. Essa situação tem levado os profissionais ao seu limite, com casos cada vez mais frequentes de adoecimento físico e mental, que tem levado a um número recorde de exonerações.

Valorização dos policiais é primeiro passo para que a situação não saia do controle

O nosso estado já vivenciou essa realidade. A falta de investimento na segurança pública e de valorização dos profissionais da segurança pública, já fez a população gaúcha sofrer consequências dramáticas. Entre 2015 e 2018 o nosso estado virou notícia nacional, com uma série de crimes bárbaros, como decapitações, esquartejamentos e latrocínios tomando o noticiário cotidianamente. A população do nosso estado não pode correr o risco de tal retrocesso. É preciso que o governo tome medidas imediatas, fazendo uma correção de rota e valorizando os profissionais que podem fazer com que os números de janeiro não sejam a primeira de uma série de más notícias.

O Presidente da UGEIRM, Isaac Ortiz, lembra que “não existe mais impedimento para que o Governo chame os policiais civis para negociar um reajuste salarial condizente com o trabalho que temos realizado. O estado não está mais no limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal, o que era o argumento para a não concessão de reajuste salarial. O Sindicato já apresentou uma proposta, que está nas mãos da Secretária de Planejamento. O que precisamos agora, é que o Governo chame as entidades para negociar e apresente uma proposta concreta de política salarial, repondo as perdas passadas e estabelecendo uma política de reposição salarial para o futuro. Além disso, a equiparação dos Comissários de Polícia com os Capitães da BM está na mesa do Governo há tempos, aguardando que o Governo corrija uma grande injustiça cometida em 2022. Valorizar os profissionais da segurança pública não é gasto, é investimento que salva vidas”, conclui Isaac Ortiz.