Servidores voltam a correr risco de ficar sem atendimento em Hospitais pelo IPE-Saúde
A novela do IPE-Saúde e os Hospitais volta a assombrar os servidores públicos estaduais. Em carta enviada ao governador Eduardo Leite, na semana passada, os Hospitais ameaçam, de novo, com a suspensão do atendimento aos segurados do IPE-Saúde. Na carta, as direções dos hospitais avisam que a situação chegou a um ponto crítico, com os valores pagos pelo IPE sendo insuficientes para cobrir os custos dos serviços prestados aos servidores.
A situação chegou a esse ponto, mesmo com o aumento substancial da mensalidade paga pelos servidores estaduais, particularmente dos aposentados, e do início da cobrança dos dependentes. A ameaça de suspensão do atendimento atinge os hospitais privados e filantrópicos, como a Santa Casa de Porto Alegre e Hospital Mãe de Deus, que já comunicou que, a partir de abril, não atenderá mais os segurados do IPE-Saúde na sua unidade da Avenida Carlos Gomes. No interior, hospitais como o Astrogildo de Azevedo de Santa Maria, o o IPE Saúde está negando autorização, inclusive em casos de tratamento oncológico.
Outro risco enfrentado pelos servidores é a ameaça de descredenciamento que os médicos particulares, descontentes com a tabela de remuneração, têm feito recentemente. O Conselho Regional de Medicina (CREMERS) já divulgou uma nota pública, reivindicando uma atualização urgente dos valores de consultas e procedimentos pagos aos médicos credenciados ao IPE-Saúde. Na nota, o CREMERS alega que os médicos estão “pagando para atender” os segurados do IPE.
O Vice-presidente da UGEIRM, Fabio Castro, lembra que “na apresentação do seu projeto de reestruturação do IPE-Saúde, o Governador Eduardo Leite alegava que essa era a única saída para acabar com a crise do IPE-Saúde, na ocasião, nós da UGEIRM já afirmávamos que o déficit do IPE-Saúde tem como principal origem, o achatamento salarial promovido pelo governo Eduardo Leite. Também afirmávamos que qualquer debate sobre aumento das alíquotas do IPE-Saúde só teria sentido após a discussão sobre a reposição dessas perdas salariais”. Fábio prossegue, dizendo que “está provado que a solução para a crise do IPE-Saúde passa, necessariamente, pela reposição das perdas salariais dos servidores públicos. Qualquer outra solução é enxugar gelo, como foi com o aumento das alíquotas no ano passado.”
O presidente da UGEIRM, Isaac Ortiz, destaca que “a solução para a crise com os Hospitais tem que ser urgente. O que está em jogo é a saúde e a própria vida dos servidores. A insegurança causada pela possibilidade de não atendimento por parte dos Hospitais, é muito grande. Os servidores públicos, que contribuem com altos valores para o IPE-Saúde, não podem passar por essa situação. O Governo precisa resolver essa situação urgentemente. Além do Executivo, a UGEIRM está demandando aos deputados estaduais, para que o presidente do IPE seja convocado a prestar esclarecimentos na Assembleia Legislativa.”, enfatiza Ortiz.