Ano de 2025 começa com exonerações na Polícia Civil a todo vapor
As exonerações da Polícia Civil continuam em alta. Depois de mais de 50 exonerações em 2024, começamos o ano de 2025 com mais cinco exonerações. Desde 2023 chegamos ao expressivo número de 120 policiais civis que deixaram a Instituição, em busca de melhores salários e condições de trabalho.
Interpelado em um programa da Rádio Gaúcha, o Secretário de Segurança, Sandro Caron, declarou que encarava a saída de policiais civis como algo normal, dentro do fluxo da Instituição. A questão que o Secretário não consegue responder é porque esses números vêm aumentando ano a ano. No ano de 2021 somente 24 policiais deixaram a instituição. A realidade que se vê no cotidiano da Polícia Civil é um descontentamento cada vez maior, com um adoecimento crescente da categoria. Essa realidade tem levado esses servidores a procurar melhores condições de trabalho em outros setores do próprio serviço público.
É importante destacar que o quadro da Polícia Civil é extremamente qualificado. Um exemplo, é a atuação dos policiais civis contra os crimes financeiros e virtuais. A Polícia Civil gaúcha é uma das mais qualificadas do país nessa área, com resultados excelentes no combate à lavagem de dinheiro e crimes conexos. Apenas uma operação do DENARC, no início de dezembro, confiscou 15 fazendas, imóveis de luxo, veículos e cerca de R$ 122 milhões. Em operações de combate à corrupção, o DEIC conseguiu recuperar mais de R$ 260 milhões aos cofres públicos. A saída de profissionais dessa qualidade não pode ser encarada com naturalidade.
O Governador Eduardo Leite, que gosta tanto de falar em meritocracia, deveria seguir o exemplo da iniciativa privada, de quem sempre fala tão bem, e agir para manter os seus melhores trabalhadores. A saída de um servidor não pode ser encarada com naturalidade. A formação e treinamento desses policiais, custou dinheiro para o estado e a contratação de novos policiais também terá um custo ao caixa do governo. Os efeitos dessa explosão no número de exonerações já começam a ser sentidos. O esgotamento dos policiais civis, devido à sobrecarga de trabalho, é visível na categoria. E isso é um ciclo vicioso, com a saída de policiais pioram as condições de trabalho. Piorando as condições de trabalho, aumenta o número de exonerações e o ciclo se retroalimenta.
O Vice-presidente da UGEIRM, Fabio Castro, cobra uma atitude do governo para estancar essa debandada: “o Governador Eduardo Leite precisa agir para quebra esse ciclo. A primeira medida é a valorização salarial dos policiais civis. Outras medidas fundamentais, são a publicação de uma nova lista de promoções ainda nesse semestre, que contemple, também, todos os policiais da 1ª Classe, inclusive os que estão em estágio probatório; a restauração da simetria dos Comissários com os Capitães da Brigada Militar; e a retomada das discussões sobre a paridade e integralidade. Com essas medidas, o governo sinalizará claramente que se importa com a explosão das exonerações e pretende tornar, novamente, a carreira policial atrativa para os melhores profissionais”.