Enfermeira de SP toma a primeira dose da CoronaVac no Brasil

Da Redação*

Minutos após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovar, por unanimidade, o uso emergencial da CoronaVac, vacina desenvolvida pela chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, a primeira dose do imunizante foi aplicada em uma mulher, negra e enfermeira da UTI do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, de São Paulo. Mônica Calazans tem 54 anos e participou dos ensaios clínicos da vacina, estando no grupo placebo.

A enfermeira faz parte do grupo de risco da covid-19 por ser obesa, hipertensa e diabética. Porém, ela trabalha na linha de frente da covid-19, uma vez que atua no UTI do Instituto, onde existem leitos exclusivos para pacientes com a doença. Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, Mônica mora em Itaquera, na zona leste da capital paulista, e trabalha na UTI em dias alternados, em escalas de 12 horas.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), esteve presente durante a aplicação da vacina. O acontecimento integra a estratégia do governador de de aplicar a primeira vacina antes do governo de Jair Bolsonaro (Sem partido). Dória também é fiador da dose desenvolvida pelo Sinovac e fabricado no Brasil pelo Instituto Butantan.

O Governador do Estado de São Paulo, João Doria, esteve presente durante a vacinação de Mônica Calazans. Foto: Governo do Estado de São Paulo

Aprovação do uso emergencial

Além da CoronaVac, a Anvisa também aprovou, neste domingo (17), o pedido de uso emergencial no Brasil da vacina AstraZeneca, desenvolvida pela Universidade de Oxford com a Fiocruz. A decisão ocorreu durante reunião extraordinária da diretoria colegiada do órgão.

Ao longo da reunião, que teve início às 10h da manhã e término às 15h, a vacina do consórcio Oxford/AstraZeneca e a CoronaVac tiveram uso emergencial recomendado, com ponderações, pela área técnica da Anvisa. Os técnicos confirmaram a eficácia global do imunizante da Oxford/AstraZeneca em em 70,42% e que a CoronaVac possui uma taxa de sucesso na prevenção da doença em relação ao grupo que tomou placebo (medicamento inócuo) que atingiu 50,39%. 

Após a recomendação técnica, a diretora do órgão e relatora dos pedidos dos imunizantes, Meiruze Sousa Freitas, votou pela aprovação da AstraZeneca e da CoronaVac, porém com ressalvas para a vacina do Instituto Butantan em parceria com o laboratório Sinovac. Os diretores Romison Rodrigues Mota e Alex Machado Campos também votaram a favor do uso emergência. Com isso, a votação atingiu a maioria e garantiu a aprovação das vacinas.

O Instituto Butantan já possui 10,8 milhões de doses da CoronaVac disponíveis para aplicação. Já a Fiocruz ainda aguarda o imunizante AstraZeneca, que não possui data prevista para vir da Índia.

*Com informações da Folha de S. Paulo