Interdição do Presídio Central coloca Delegacias sob risco de superlotação de presos
Após a determinação de interdição do presídio central, devido à disseminação do novo Coronavírus entre os presos, a tensão se volta para as Delegacias. Sem as vagas da maior penitenciária do estado, a tendência é que os (as) Policiais, que já convivem diariamente com presos nas Delegacias, tenham a sua situação agravada.
A tensão se torna ainda maior, devido ao recrudescimento da Pandemia no estado. Com os recordes diários de casos e de mortos pela Covid-19, empilhar presos nas delegacias é um convite a uma tragédia entre os (as) policiais civis. O resultado será uma inevitável explosão de casos de contágio na categoria.
Se a interdição do Presídio Central é acertada, a manutenção desses presos nas delegacias só aumenta problema. O presidente da UGEIRM, Isaac Ortiz, explica o que já vem acontecendo nas delegacias e alerta para um agravamento da situação. “O que acontece hoje é que é feito o flagrante e o preso fica aguardando a vaga dentro de uma delegacia ou viatura de polícia, ou algemado em um corredor, na rua, no pátio. Te pergunto: onde é pior, num presídio ou nessas condições bárbaras que essa situação oferece?”, questiona Isaac Ortiz.
A direção da UGEIRM já está se mobilizando para enfrentar a situação. A primeira medida será notificar o Judiciário, para que a Decisão do TJ/RS que determina que nenhum preso permaneça nas delegacias por um tempo superior ao necessário para os procedimentos da Polícia Civil, seja cumprida. O sindicato também procurará a Assembleia Legislativa, a OAB/RS e o MP, para que pressionem o governo e o Judiciário afim de que esses presos não permaneçam nas delegacias. Por fim, o sindicato estabelecerá um diálogo com o governo para que sejam buscadas soluções para o problema, que não passem pela superlotação das delegacias e o consequente risco aos policiais civis.