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Mais cinco Policiais Civis deixam a instituição e chegamos a dez exonerações em 2025

O ano de 2025 começou com um ritmo acelerado de exonerações na Polícia Civil. Depois de cinco exonerações no mês de janeiro, fevereiro já registra outras cinco, somando dez exonerações antes do término do segundo mês do ano. Se considerarmos que em 2024 tivemos 51 exonerações, chegamos a expressiva quantidade de 61 policiais civis deixando a instituição em menos de 14 meses. Desde o início de 2023, já são 125 policiais a menos, se contarmos apenas as exonerações, sem contar as aposentadorias.

Todos esses números não podem ser encarados como movimentos naturais de saídas e entradas de policiais. Isso não é um fluxo natural que acontece em qualquer instituição. Não é alarmismo, constatar que um número expressivo de policiais civis deixou a instituição em busca de melhores salários e condições de trabalho. Esse é um sintoma que se junta a outros, como o grande número de casos de adoecimento mental, formando um quadro que demonstra que a categoria já chegou ao seu limite. A explosão no número de exonerações se insere em um quadro de desvalorização dos profissionais da segurança pública, que se prolonga pelos seis anos de mandato do Governador Eduardo Leite. Esse quadro é composto pela desvalorização salarial, as péssimas condições de trabalho, a falta de efetivo, as jornadas excessivas sem o pagamento de todas as horas trabalhadas e a perda de direitos, como a paridade e a integralidade das aposentadorias.

O Vice-presidente da UGEIRM, Fabio Castro, ressalta que “o sindicato vem fazendo essa denúncia há algum tempo. A única resposta do Governo é o silêncio ou a argumentação que se trata de alarmismo. Quem acompanha o trabalho diário da polícia e vê esses números, sabe onde isso pode dar. Os resultados alcançados na segurança pública, tão exaltados pelo governo, não se sustentarão sem que os policiais recebam a devida valorização”.  Fabio Castro prossegue, alertando que “quando os índices de violência começarem a subir, não adiantará o governo arrumar desculpas. Quem tem um mínimo de conhecimento da segurança pública, sabe que a reposição nessa área é demorada e custosa. Um policial aprovado em um concurso público, necessita de tempo para ser treinado e formado, até estar apto para exercer a sua função. Isso custa tempo e dinheiro. A não valorização dos policiais é uma economia imediata que terá um custo muito alto no futuro”, encerra Fabio Castro.