Marcha pela Segurança Pública reúne 15 mil servidores

Marcha_SegurancaDia 7 de julho de 2015 vai ficar na história. Nem a chuva, nem o frio impediram que a Marcha pela Segurança Pública tomasse as ruas de Porto Alegre.

Os policiais civis e os servidores da Perícia se concentraram a partir do meio dia no Palácio da Polícia. Por volta das 14h, começou a caminhada que ocupou boa parte da avenida João Pessoa. Cerca de 5 mil policiais estavam presentes de todas as regiões do estado com faixas e muita animação. Com certeza, foi uma das maiores marchas já realizada pela categoria.

A outra marcha saiu da Praça Brigadeiro Sampaio com os servidores da Brigada Militar, Susepe e Corpo de Bombeiros. Os demais servidores públicos, do quadro geral, saúde, educação e Judiciário, se concentraram na frente do Cpers Sindicato.

Todos se encontraram na Praça da Matriz que ficou lotada. Cerca de 15 mil pessoas participaram do ato público que exigiu a retirada do PLC 206/15 que representa um brutal ataque aos servidores do estado. “Nós já assistimos este mesmo filme no governo Britto, inclusive com o apoio do grupo RBS, como está acontecendo agora”, salientou o presidente da Ugeirm Sindicato, Isaac Ortiz.

Segundo Ortiz, no governo Britto os servidores também foram duramente atacados, como se a culpa da dita crise do Estado fosse culpa dos seus trabalhadores. E os servidores da Segurança também foram para as ruas com a histórica marcha de 1997. “O governo Sartori, com a sustentação da RBS, quer retomar o neoliberalismo que quebrou a Europa e a Grécia. Essa política nós já conhecemos e sabemos que não dá certo. Só serve aos empresários e ao grande capital. Nesta praça estão reunidos os que realmente constroem este estado”, destacou.

Marcha_Seguranca_1Ortiz lembrou ainda do massacre aos professores do Paraná e reforçou que aqui não é o Paraná e a polícia não vai bater em professor para defender governo corrupto como o de lá. “Se precisar vamos à greve, pois não vamos permitir que retirem nossos direitos, conquistados com muita luta”, finalizou.

Todas as entidades presentes da Segurança, ABAMF/RS, ASSTBM, AMAPERGS e SINDIPERÍCIAS destacaram sua disposição para derrotar o PLC 206 e a LDO que arrocha salários. Também foi destacada a vitória pela suspensão da sessão da Assembleia Legislativa que iria votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias na tarde desta terça. A votação deverá ocorrer na próxima terça, dia 14, e os servidores prometem ocupar as galerias do Parlamento.

O secretário da Fazenda, Giovane Feltes, também foi lembrado pelos dirigentes sindicais. Quando deputado no ano passado dizia que o aumento proposto pelo governo passado era pouco e uma vergonha ser parcelado. Mas parece que se arrependeu agora como secretário. Diversas entidades dos servidores públicos se manifestaram no caminhão de som para reforçar a necessidade de unidade em defesa do serviço público.

Audiência na Casa Civil

Uma comissão de sindicais da Segurança foi recebida pelo chefe da Casa Civil, Márcio Biolchi, por volta das 17h. A audiência que durou mais de uma hora não teve grandes avanços. As entidades exigiram a retirada do PLC 206/15 e que continuarão mobilizadas para derrotar o projeto.

O secretário afirmou que o governo não irá retirar o PLC, mas que não pretende mexer no que está pactuado como o pagamento dos subsídios. Segundo Biolchi, foi feito um esforço para pagar a parcela de maio e que a intenção é cumprir com o pagamento de novembro, mas que isso está condicionado ao fluxo de caixa. Além disso, afirmou que iria anunciar à imprensa que vai propor uma emenda no PLC 206 que garanta os reajustes até 2018.

Para a Ugeirm Sindicato isso não é suficiente, pois o PLC continua a inibir futuros reajustes, promoções e contratação de pessoal. Quanto aos concursados, Biolchi disse que não deverão ser chamados este ano. A previsão é que sejam convocados no próximo ano, mas que fará um grande esforço para alterar esta situação.

O secretário solicitou ainda que as entidades encaminhem até sexta-feira um documento com a sua avaliação do que pode prejudicar o serviço público e a segurança no PLC 206.

O Sindicato continuará mobilizado para barrar este projeto e parabeniza a todos e todas policiais civis pela grande participação na Marcha pela Segurança Pública que com certeza será um marco na luta contra a destruição do serviço público.

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