Mulheres já são 43,1% do efetivo da Polícia Civil do Rio Grande do Sul
O Raio X das Forças de Segurança Pública do Brasil, divulgado nesta semana pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgou que o Rio Grande do Sul é o estado brasileiro com maior número de mulheres na Polícia Civil e o terceiro em ocupação funcional feminina na Polícia Militar. 43,1% do efetivo da Polícia Civil é ocupado por mulheres e 20,9% da Brigada Militar (BM). As duas forças de segurança gaúchas têm índices superiores à média nacional.
Além do grande número de mulheres no total do efetivo da Polícia Civil, é importante destacar que também nas funções de comando e tomada de decisão, o nosso estado tem grande participação das mulheres, com sete das 13 diretorias da Instituição sendo ocupadas pelas mulheres. Sem esquecer, que o Rio de Grande do Sul e o Rio de Janeiro foram os primeiros estados a terem mulheres no cargo de Chefe de Polícia, a Delegada Nadine Anflor aqui no RS e a Delegada Martha Rocha no RJ.
Um dos motivos levantados pela direção da Polícia Civil, para esse alto número de mulheres na Instituição, é o fato dos concursos, desde o início dos anos 2000, não terem um quantitativo determinado de vagas para cada sexo. Isso ficou refletido na última turma de formação de inspetores e escrivães na Academia de Polícia, onde tínhamos 180 mulheres e 165 homens.
A Vice-presidente da UGEIRM, Comissária Neiva Carla Back, destaca que “essa grande participação das mulheres na Polícia Civil, tem reflexo no serviço prestado à população. Além de ser uma justa ocupação de espaço, o grande número de mulheres possibilita um olhar diferenciado no trabalho cotidiano da Polícia Civil”. Neiva Carla lembra, porém, que “apesar de estarmos ocupando cada vez mais espaço na Polícia, ainda temos por avançar nas condições de trabalho para as mulheres policiais. Um exemplo é o fim da aposentadoria diferenciada para as mulheres policiais, que nos foi tirada na Reforma da Previdência. As policiais civis são uma das únicas categorias que não tem aposentadoria diferenciada entre homens e mulheres. Além disso, os casos de Assédio Moral, na nossa instituição, ainda atingem de maneira mais cruel as mulheres do que os homens. Ou seja, já avançamos muito, mas ainda temos uma longa estrada a percorrer para termos um tratamento igualitário na Polícia Civil”, encerra Neiva Carla.