Policial Civil é mais uma vítima da falência da Segurança Pública gaúcha

A UGEIRM vem denunciando o caos da segurança pública e a epidemia de violência do RS, desde o início do governo Sartori/MDB. Números foram levantados, medidas equivocadas denunciadas e possíveis caminhos para a superação da crise foram apontados. Porém, quando a tragédia bate a nossa porta, de nada adiantam todas as denúncias e argumentos, o único sentimento que nos toma é a revolta. Esse foi o sentimento de toda a Polícia Civil, quando, na manhã de sábado, recebemos a notícia de que o colega Elton Bangel, 52 anos, havia sido vítima de mais um latrocínio em Porto Alegre. Elton foi covardemente assassinado, na frente de sua esposa e do seu filho, quando saía do carro em frente a uma loja de materiais de construção. Os bandidos acabavam de efetuar um assalto e saíam da loja no momento em que ele estacionava seu carro com a família. Todas as denúncias e cobranças ao governo do estado se tornam pequenas, perante a dor vivida pela família e amigos que Elton fez durante sua carreira exemplar na Polícia Civil. Atualmente ele gozava de sua merecida aposentadoria.

Quando escrevemos sobre os índices de violência, muitas vezes ficamos estarrecidos com os números. Porém, quando nos deparamos com a cruel realidade, de que por trás de cada um desses números se encontra uma vida perdida e toda a dor sentida pelos familiares e amigos, vemos que, como dizia o compositor, “a vida realmente é diferente, quer dizer, a vida é muito pior”. A vida real é a que encontramos na falta de política de segurança do governo Sartori/MDB. A mesma que levou a vida, quase um ano atrás, do Policial Rodrigo Wilsen, morto durante uma operação em Gravataí.

Infelizmente, a dor da nossa gente não sai no jornal. A imprensa, particularmente o grupo RBS, que devia servir de porta voz da população, denunciando essa política de segurança homicida do governo Sartori/MDB, prefere dedicar editoriais defendendo o Regime de Recuperação Fiscal. Talvez, porque esse seja do interesse dos grande empresários gaúchos, que bancam os meios de comunicação e prometem até mesmo pagar os deputados que votarem com o governo. Institucionalizando a interferência do poder econômico na política e marginalizando, cada vez mais, a maior parte da população que tem que lutar pela sobrevivência diariamente.

Poderíamos escrever páginas e páginas apontando os desmandos e responsáveis por mais essa tragédia. Mas sabemos que isso tudo não vai diminuir a dor que toda a Polícia Civil sente nesse momento. O único remédio para tentarmos minimizar esse sofrimento, é a solidariedade que todos (as) os (as) policiais já estão prestando à família e continuarmos na luta por uma política de segurança pública eficiente, que possa evitar a morte de outros cidadãos que, como Elton, querem apenas poder passar um fim de semana com a família, sem que a sua vida e de seus familiares sejam colocadas em risco. Essa é uma dívida que temos com Elton e todos que perderam a vida, vítimas da falta de política de segurança do governo Sartori/MDB.