Salário de junho dos Policiais Civis não tem data para pagamento

O Governo do estado divulgou, nesta quinta-feira (27), o “calendário de pagamentos” dos servidores públicos estaduais para o mês de julho. Em apresentação para a imprensa, o Secretário da Fazenda, Marco Aurélio Cardoso, anunciou uma novidade para esse mês. Os servidores terão o que ele chama de “Sistema Misto de Pagamento do Executivo”. Resumindo, é a combinação de dois tormentos vividos pelos servidores durante o governo Sartori: o atraso e o parcelamento dos salários. A grande novidade gerencial do governo Eduardo Leite, é o pagamento dos salários atrasados e parcelados ao mesmo tempo.

No “calendário” apresentado, os servidores que ganham mais de R$ 4.000,00 terão o seu primeiro pagamento, de R$ 1.500,00, no dia 15 de julho, com mais duas parcelas, uma de 2.000,00 e outra de R$ 1.000,00, a serem pagas respectivamente nos dias 16 e 23 de julho, totalizando um valor de R$ 4.500,00. O pagamento do restante dos salários, será anunciado somente no dia 15 de julho, sem a garantia de que será pago ainda esse mês.

Opção do Governo é não confrontar os outros poderes

Novamente, os servidores do Executivo pagam, sozinhos, a conta da crise financeira do estado. Uma prática completamente distinta do discurso de campanha que dizia que exigiria de cada um dos Poderes do Estado a colaboração com o enfrentamento da crise financeira do RS. Infelizmente, vemos mais um governador que não consegue enfrentar os interesses dos outros Poderes e opta em jogar toda a conta da crise nas costas dos servidores do Executivo.

Entendemos que todos os Poderes têm suas necessidades de recursos, para arcar com seu funcionamento. Porém, não dá para aceitar que não seja possível nenhum corte de despesas nesses Poderes, enquanto os salários de policiais e professores do Executivo deixam de ser pagos. Essa conta precisa ser compartilhada entre todos os Poderes.

UGEIRM vai se articular com entidades da Brigada Militar

A UGEIRM está procurando as entidades da Brigada Militar, para articular uma resposta conjunta da segurança Pública aos ataques que as categorias têm sofrido, particularmente o atraso e o parcelamento de salários.

Os (as) policiais, apesar dos salários atrasados, do menor efetivo da história e das aposentadorias bloqueadas, fazem, com seu trabalho, com que todos os índices de violência diminuam no estado. Deixar esses trabalhadores sem salário e ainda ameaçá-los com a redução dos seus vencimentos, que é o que acontecerá caso a alíquota extra prevista na reforma da Previdência, apoiada pelo atual governo, seja aprovada em Brasília, é um absurdo que não será admitido pela categoria.

A UGEIRM será sempre uma parceira, em qualquer discussão que vise aumentar a eficiência das instituições do estado, entre elas a Polícia. O sindicato também acha que precisamos discutir nossa Carreira. Porém, não vamos fazer isso com o objetivo apenas de cortar custos e compensar o Caixa do Governo. A UGEIRM quer fazer essa discussão sob o prisma de um melhor atendimento às necessidades da população e do aumento de eficiência de uma instituição que já entrega um serviço de qualidade à população. O Governo Eduardo Leite não pode cometer o mesmo erro do governo Sartori. Cortar investimentos da Segurança e atacar os profissionais que combatem a violência cotidianamente, não resolve a crise do estado e terá um custo muito mais alto para a sociedade no futuro. O governo Sartori é a prova viva do fracasso dessa política.

O Presidente da UGEIRM, Isaac Ortiz, alerta que o atraso de salários não pode continuar. “Esse sacrifício não pode recair somente nas costas dos servidores do Executivo. Se a crise é realmente tão grave, não se justifica que os maiores salários do estado continuem sendo pagos em dia, enquanto os menores salários, que estão no Executivo, são pagos em atraso e parcelados. Todos têm que dar sua cota de sacrifício. O governo já está há seis meses administrando o estado. Não é admissível que a situação esteja pior do que quando ele assumiu. Correr o risco de que a folha de pagamento de junho não seja quitada integralmente no mês de julho, é brincar com os policiais. Nós não admitiremos isso”.