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UGEIRM cobra providências sobre denúncias de assédio moral no DSA da Polícia Civil

A partir de denúncias recebidas pelo sindicato, A UGEIRM encaminhou, na quarta-feira (28), um ofício ao Chefe de Polícia e à Secretaria de Segurança Pública, exigindo a apuração imediata das condutas relatadas pelos servidores, bem como o encaminhamento das providências cabíveis, inclusive no âmbito disciplinar, para responsabilizar os possíveis executores dos atos de assédio.

A denúncia recebida pelo sindicato, aponta que o setor responsável pelo acolhimento e tratamento de policiais vítimas de assédio, está, nas palavras dos próprios servidores, doente. Nos relatos, os policiais denunciam vários casos de assédio sofridos pelos servidores do DSA. E, o mais grave, denunciam também medidas tomadas pela direção do departamento que dificultam e, até mesmo, impedem a apuração de casos de assédio dentro da Polícia Civil.

As denúncias relatam vários fatos ocorridos nos últimos meses, que têm levado os servidores ao adoecimento e prejudicado de forma brutal o andamento do serviço. De acordo com os servidores, humilhações e intimidações fazem parte do cotidiano do departamento.

Além do clima extremamente pesado e opressivo, relatado pelos servidores, os policiais também questionam algumas determinações da direção, que tem colocado em risco o próprio trabalho do departamento. É importante destacar que os servidores do DSA oferecem, há muitos anos, um serviço de saúde de extrema qualidade para a Polícia Civil. Com um corpo técnico com especialização em diversas áreas da saúde, como odontologia, fisioterapia, psicologia, serviço social, nutrição e farmácia, entre outros, os servidores do DSA precisam de autonomia para exercer seu trabalho e continuar contribuindo, de forma decisiva, para o serviço de excelência que a Polícia Civil presta à população.

O presidente da UGEIRM, Isaac Ortiz, destaca o que a UGEIRM já vem falando há algum tempo: “essa situação demonstra o que estamos falando reiteradamente: o assédio na Polícia Civil é estrutural. Não são casos isolados e nem mesmo atitudes pessoais de maus gestores. Somente neste ano, nos deparamos com casos de assédio moral em diversos órgãos da Polícia Civil, como na 2ª DP de Porto Alegre, em Panambi, Uruguaiana, Montenegro, Quintão e na DPPA de São Leopoldo. Outro caso, que inclusive foi noticiado pela imprensa, ocorreu em Santa Cruz do Sul. Isso mostra que essa é uma prática enraizada na instituição. Temos que deixar claro, que o assédio, além de causar adoecimento e, muitas vezes, até mesmo a desistência de policiais em permanecer na instituição, também prejudica de forma brutal o trabalho dentro da polícia civil. Em última instância, quando temos uma instituição onde o assédio moral é uma prática cotidiana, a população é a maior prejudicada”. Ortiz diz que “a UGEIRM, além de acolher os colegas vítimas de assédio, está cobrando do Chefe de Polícia uma apuração profunda dessas denúncias. Porém, além de punir os responsáveis, é necessário que a Secretaria de Segurança implemente políticas cotidianas de combate ao assédio moral, estimulando que os policiais possam denunciar os casos de forma segura e, principalmente, recebam todo o suporte e acolhimento necessários”.