Conselho de Representantes da UGEIRM delibera por paralisação nos dias 8 e 9 de agosto
Em reunião realizada nesta terça-feira (18), o Conselho de Representantes da UGEIRM decidiu realizar uma paralisação de 48 horas, nos dias 8 e 9 de agosto. Após uma avaliação das recentes mobilizações da categoria e negociações com o governo, os integrantes do Conselho chegaram à conclusão que a melhor alternativa, nesse momento, para sensibilizar o governo a abrir uma negociação efetiva com os Policiais Civis, é o aprofundamento da mobilização, com uma paralisação de 48 horas.
O Conselho de Representantes também deliberou que a Direção da UGEIRM procure as demais entidades da Polícia Civil, convidando-as a participar da paralisação e das atividades de rua, conferindo à mobilização um caráter de unidade de toda a Polícia Civil.
Um ano e meio sem Promoções, reajuste salarial zero e confisco de salário com reforma do IPE
O sentimento na reunião do Conselho de Representantes da UGEIRM, era de que a situação atual chegou ao seu limite. Já são mais de um ano e meio sem Promoções; são mais de cinco anos com apenas 6% de reposição salarial; quebra da equiparação salarial entre os Comissários de Polícia e os Capitães da BM; reforma do IPE que confisca parte dos salários dos Policiais Civis e, para agravar ainda mais a situação, a base do Governo tentando barrar a tramitação do PL da Paridade e da Integralidade na CCJ. Esse quadro criado pelo governo Eduardo Leite não deixa outra alternativa aos Policiais Civis, que não seja radicalizar a mobilização, com uma paralisação de 48 horas.
Resultados do trabalho dos policiais civis precisam ser reconhecidos
Há sete anos, a sociedade gaúcha enfrentava uma das maiores crises da sua história na área da segurança pública. O medo era uma constante na vida da população do nosso estado. Os índices de violência batiam recordes sucessivos, com casos de latrocínios e homicídios explodindo a cada mês. De lá para cá, um trabalho incansável das forças de segurança, conseguiu conter a onda de violência que assolava o nosso estado. Operações de inteligência da Polícia Civil, conseguiram desbaratar grupos criminosos e enfraquecer o poder do crime organizado. O resultado foi uma queda recorde nos índices de violência, com o aumento da sensação de segurança e muitas vidas poupadas.
Infelizmente, todo esse trabalho não foi reconhecido pelo Governo Eduardo Leite. Nos últimos cinco anos, os policiais civis tiveram apenas 6% de reposição salarial, percentual que não repõe as perdas nem do último ano. Com essa postura, o Governo mostra que não reconhece o valor do trabalho policial no nosso estado. Se, por um lado divulga para a população as conquistas obtidas na área da segurança pública, não reconhece que, por trás desses números, está o trabalho de profissionais que arriscam diariamente suas vidas para garantir a segurança da população.
Política do Governo Leite tem levado a categoria ao adoecimento
O resultado desse quadro trágico criado pelo governo, é o adoecimento da nossa categoria. Além de não valorizar os (as) Policiais Civis, o Governo utiliza o trabalho realizado pelos profissionais da Segurança Pública para turbinar a sua propaganda perante a população. As Operações Policiais midiáticas acontecem quase diariamente, levando a categoria à exaustão, tendo que lidar com o excesso de trabalho que, muitas vezes, não é nem mesmo remunerado com as horas extras correspondentes. Se acrescentarmos nesse quadro, as péssimas condições de trabalho, o déficit de pessoal e a sensação de que os (as) policiais civis estão entre as últimas prioridades do Governo, chegamos à mistura que torna a situação insustentável, com reflexos gravíssimos na saúde física e mental dos (as) policiais civis.
Está na hora da categoria dar um basta a essa situação
Diante dessa situação e da intransigência do Governo, a UGEIRM, junto com seu Conselho de Representantes, convoca a categoria a aprofundar a mobilização e demonstrar para a população a verdadeira situação dos (as) policiais civis. “Nos dias 8 e 9 de agosto vamos parar as nossas atividades e ir para as ruas dialogar com a população. Se o Governo se nega a negociar com o sindicato, não nos resta outra alternativa a não ser pedir o apoio da sociedade, que reconhece o trabalho de excelência prestado pelos policiais civis. Estaremos na frente das Delegacias de Polícia e diante do Palácio da Polícia conversando com a população, explicando os motivos da paralisação e pedindo o apoio à nossa luta”, informa o Presidente da UGEIRM, Isaac Ortiz. “A UGEIRM passou todo o primeiro semestre tentando o diálogo, apresentando as nossas reivindicações, mas, infelizmente, a postura por parte do Governo sempre foi de intransigência, se negando a atender as nossas reivindicações. Por isso, estamos convocando a nossa categoria a defender os seus direitos e exigir do Governo o reconhecimento do valor do nosso trabalho. Nos dias 8 e 9 de agosto, vamos paralisar a Polícia Civil em todo o estado mostrando que nosso trabalho tem valor e precisa ser respeitado”, encerra Isaac Ortiz.

Policiais Penais também participarão da mobilização
No esforço da UGEIRM para ampliar a participação na mobilização, foi realizada na terça-feira (18) uma reunião com a direção do Sindppen RS. Na reunião, o o Presidente do Sindppen/RS, Saulo Basso, informou que a direção do sindicato deliberou pela participação na mobilização conjunta com a Polícia Civil e que esse posicionamento será submetido ao Conselho Sindical da categoria, ainda nessa semana.