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Avalanche de exonerações continua: quase trinta policiais já deixaram a Polícia Civil em 2025

A verdadeira avalanche de exonerações na Polícia Civil segue avançando com força em 2025. Após as 51 exonerações registradas em 2024, já são 29 policiais civis exonerados apenas neste ano. Somadas às 94 aposentadorias ocorridas desde janeiro, mais de 120 servidores já deixaram a instituição em 2025.

Se considerarmos todo o período desde o início de 2024, o número de policiais civis que saíram da ativa — por exonerações ou aposentadorias — chega a 274. Esse número é praticamente igual ao total de formandos da última turma da Acadepol, o que significa que a reposição de efetivo mal foi suficiente para cobrir as perdas acumuladas desde o ano passado, sem reduzir o que já é considerado o maior déficit de efetivo da história da Polícia Civil gaúcha. O mais preocupante, porém, é o ritmo crescente desse êxodo. Enquanto em todo o ano de 2024 houve 157 desligamentos, em 2025 — ainda em julho — já são 117.

Essa debandada é consequência do arrocho salarial enfrentado pelos policiais civis nos dois últimos mandatos do governo do estado. As perdas salariais acumuladas desde 2015, tornaram a carreira de policial civil pouco atrativa, sobretudo se comparada a outras da segurança pública, como a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal, ou mesmo a carreiras do Judiciário estadual e federal.

Somam-se a isso as péssimas condições de trabalho, os altos riscos da atividade policial e a perda de direitos históricos, como a integralidade e a paridade na aposentadoria. O resultado é uma verdadeira “tempestade perfeita”, que tende a aprofundar ainda mais a crise de efetivo vivida pela instituição.

Para o vice-presidente da UGEIRM, Fabio Castro, “o que mais assusta é a total paralisia do governo Eduardo Leite diante de um problema que pode colocar a perder os avanços no combate à violência no nosso estado. O fato de o secretário de Segurança nem sequer reconhecer a gravidade da situação — tratando essa debandada como um processo natural de renovação — impede que se busquem soluções concretas para estancar a perda de efetivo da Polícia Civil”.

Fabio Castro também aponta as medidas urgentes que precisam ser tomadas: “Antes de mais nada, o governo precisa repor as perdas salariais que a nossa categoria acumula desde o início de sua gestão. Além disso, é fundamental implementar uma política salarial que, no mínimo, garanta a reposição da inflação futura, com a fixação de uma data-base, conforme previsto na nova Lei Orgânica das Polícias Civis. Outra questão que precisa ser resolvida urgentemente, é a retomada da simetria com os Capitães da BM, quebrada no primeiro mandato do governador Eduardo Leite”. O vice-presidente da UGEIRM conclui, constatando que “a verdade é que, após os ganhos conquistados até 2015 — que transformaram a Polícia Civil em uma carreira atrativa para bons profissionais —, nossos salários vêm perdendo poder de compra, e a carreira retorna ao patamar anterior àquele período.”