Federasul se mobiliza contra reajuste salarial de policiais para garantir privilégios de empresários
A Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul) deveria perguntar aos seus associados, se eles concordam que seus negócios sejam submetidos à insegurança que o estado vivia no início de 2016. Pois é isso que a Federação, que diz representar os empresários gaúchos, está propondo com seu posicionamento contrário ao reajuste salarial, mesmo que mínimo, dos servidores da segurança pública. Se posicionar contrário à valorização dos policiais, é defender o sucateamento da segurança da população gaúcha.
Porém, para a atual direção da Federasul, talvez isso não tenha tanta importância. Acima da segurança da população gaúcha, estão os R$ 17 bilhões de renúncia fiscal que irrigaram os cofres dos grandes empresários gaúchos. Será que a Federasul concordaria como uma auditoria pública de todos os incentivos fiscais, que abrisse a caixa preta desses incentivos e dizendo para onde eles foram? Certamente não concordariam. Para esses grandes empresários fica mais barato pagar milhões para empresas de segurança privada, do que defender uma segurança pública de qualidade. Os pequenos empresários, que não têm caixa para bancar a segurança privada, têm que ficar submetidos às consequências de forças policiais sucateadas, policiais com salários baixos e efetivo reduzido.
Sabemos que essa não é a posição dos milhares de empresários que fazem a roda da economia do nosso estado girar. O que o atual Presidente da Federasul e ex-presidente da Associação Rural de Pelotas, Rodrigo Sousa Costa, defende com sua postura agressiva contra os policiais do nosso estado, é o interesse dos grandes empresários do estado. Empresários que se acostumaram a viver das isenções fiscais do governo e dos juros estratosféricos do país. São os mesmos empresários que, enquanto os policiais ainda resgatavam as vítimas das enchentes, já estavam de pires na mão pedindo dinheiro público e mais isenções fiscais aos governos federal e estadual. São os mesmos que financiam campanhas políticas, para defender seus lobbies que garantem privilégios que drenam bilhões dos cofres do estado, há muitos anos.
O reajuste proposto pelo Governo Eduardo Leite aos servidores da segurança pública é insuficiente e injusto. As perdas salarias desses servidores chegam a 36%, desde o início do mandato desse Governo. A proposta do Governo é de 12% de reajuste, parcelado em três vezes, com a primeira parcela paga somente em janeiro de 2025. Para servidores que garantiram os menores índices de violência da história, o reajuste proposto é claramente insuficiente. Porém, para os privilegiados da Federasul os policiais não podem receber nem mesmo isso. Para esses senhores, em seus escritórios climatizados, os policiais devem ser guarda pretoriana do seu patrimônio amealhado com benesses fiscais do Governo, ou trabalhar em suas empresas de segurança privada para garantir a sua sobrevivência. Mas, nós dizemos NÃO! Eles terão que conviver com uma polícia que defende e protege a população gaúcha. Uma polícia capacitada e valorizada, que sabe dos seus direitos e, principalmente, do seu dever: SERVIR E PROTEGER!