Apesar do descaso de Eduardo Leite, Polícia Civil desbarata quadrilha de empresários traficantes
Realizada em conjunto com a Polícia Civil catarinense e o Ministério Público gaúcho, uma Operação da Polícia Civil do Rio Grande do Sul desbaratou um esquema criminoso que envolve dos irmãos empresários de Torres/RS. De acordo com os policiais do DENARC, eles estariam por trás de toda a venda de drogas em pelo menos cinco cidades do litoral norte do RS e litoral sul de Santa Catarina.
A investigação realizada pela Polícia Civil, revelou que os empresários agiam por meio de um gerente, apenado na Penitenciária Modulada de Montenegro, que era usado para executar rivais. Cinco pessoas teriam sido executadas em pouco mais de um ano. Os dois irmãos foram presos em apartamentos de alto padrão na praia Grande em Torres, sendo um deles de frente para o mar. A Operação também apreendeu bens e bloqueou contas dos dois traficantes. Além dos dois empresários, foram detidos um ex-policial militar e um advogado envolvidos nos crimes. Um dos principais suspeitos de atuar como executor do grupo também foi preso na cidade.
Com salários congelados e sem promoções, Policiais Civis continuam apresentando resultados excelentes
A Operação Policial realizada na terça-feira (29), demonstra a importância do trabalho da Polícia Civil no combate ao crime organizado no nosso estado. Mesmo trabalhando no limite das suas capacidades e sem obter a devida valorização por parte do governo Eduardo Leite, os policiais civis têm desferido sérios golpes no crime organizado, que são resultado de um árduo trabalho de investigação. Infelizmente, boa parte da população não tem noção que para cada Operação Policial realizada, são meses de um trabalho cotidiano de investigação. As Operações Policiais são apenas a finalização de um longo trabalho realizado pelos agentes da Polícia Civil.
Esse trabalho é extremamente desgastante, principalmente com a redução das equipes policiais. Quando isso vem acompanhado de uma total falta de reconhecimento por parte do governo do estado, o desgaste físico e emocional chega a níveis próximos do insustentável, inclusive com o adoecimento da categoria. Para piorar a situação, os Policiais Civis observam mês a mês a diminuição do seu poder de compra, o que tem levado uma parte da categoria a ter que lidar com o superendividamento para arcar com suas despesas cotidianas, aumentando o nível de stress.
Enquanto a categoria adoece, Governo faz propaganda política com trabalho da Polícia
O Governo Eduardo Leite tem se caracterizado por uma administração com uma máquina publicitária azeitada e massiva. As Operações Policiais recebem, cada vez mais, a atenção da mídia local e, algumas vezes, da própria mídia do centro do país. Essa expansão para além das fronteiras do estado, serve como uma luva para as ambições políticas do Governador. Não é nenhum problema um governante divulgar as suas realizações, principalmente quando se trata de uma área de tanta importância como a segurança pública. No entanto, isso se torna extremamente embaraçoso, quando a categoria que é diretamente responsável por essa política, como os Policiais Civis, não recebe o devido reconhecimento e é tratada a pão e água pelo governo do estado.
O presidente da UGEIRM, Isaac Ortiz, convoca os Policiais Civis a se mobilizarem contra essa situação: “Enquanto realizamos Operações quase diariamente, nossos salários continuam sem reajuste, perdendo seu poder de compra a cada mês. A UGEIRM está convocando a categoria para a mobilização. No próximo sábado (01), estaremos na Expointer, cobrando do governador e dialogando com a população. Durante todo esse mês de setembro vamos preparar a grande Marcha da Polícia Civil, que acontecerá no dia 3 de outubro em Porto Alegre, e debater com a categoria a construção de uma Operação Padrão para ser colocada em votação na assembleia geral da categoria. Vamos mostrar ao Governador que o trabalho da Polícia tem valor e não pode ser tratado apenas como peça publicitária pelo governo!”