Presos ameaçam enforcamento na carceragem da DPPA de Gravataí

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Preso é amarrado em cela da DPPA de Gravataí

O policiais que trabalham na DPPA de Gravataí tiveram uma manhã de terror, nesta sexta-feira (10). Uma rebelião de 10 presos teve incêndio, tentativa de enforcamentos e ameaças de assassinatos. Ao final da tentativa de rebelião, já com a situação controlada pela ação dos policiais civis, com o auxílio da Brigada Militar e da Guarda Municipal, os presos avisaram que se mais alguém for colocado na cela, será morto sumariamente.

Essa situação, infelizmente, não é nenhuma surpresa. Na verdade, a surpresa é ela não ter acontecido antes. Essa situação vem sendo denunciada pela UGEIRM desde 2015. Na DPPA de Gravataí, alguns presos já estão na carceragem há mais de 20 dias. Como em quase todas as delegacias de Porto Alegre e da Região Metropolitana, as condições são as piores possíveis, sem banho, alimentação, visitas de parentes e com celas abarrotadas. Os agentes que trabalham na DPPA, tiveram que abandonar seu trabalho de polícia judiciária. Passaram a exercer a função de agente penitenciário. No caso desta sexta-feira, os agentes tiveram que negociar com os presos, pois nas duas celas do local, três detentos foram amarrados e ameaçados de enforcamento pelos outros presos.

Enquanto isso, a única atitude do suposto secretário de segurança, Cezar Schirmer, é ameaçar os policiais com abertura de sindicâncias. Os mesmos agentes que ficam expostos a rebeliões, que têm que negociar com presos para evitar cenas bárbaras, são submetidos à humilhação de responder a sindicâncias, como se estivessem fazendo alguma coisa errada.

Para o vice-presidente da UGEIRM, Fábio Castro, “a situação acabou de ultrapassar o limite. O que aconteceu em Gravataí representa um marco. Se o governo não tomar uma atitude imediata, vamos presenciar, certamente, uma tragédia. A UGEIRM já denunciou a situação, até mesmo, na OEA. Porém, somente com uma pressão real da sociedade civil, vamos conseguir arrancar do governo uma atitude. A responsabilidade pela vida desses policiais é de toda a sociedade. Depois que a tragédia já tiver acontecido, não vão adiantar as lamentações e atitudes de emergência. Algo tem que ser feito agora. Se o governo não se move, a sociedade precisa se mover e buscar uma solução. O Judiciário, o Legislativo, as entidades como a OAB, a AJURIS e outros sindicatos precisam pressionar seriamente o governo Sartori/PMDB. A UGEIRM sozinha não vai conseguir reverter essa situação, precisamos do apoio da sociedade”.

Veja um vídeo da rebelião