Policiais do país inteiro ocupam Brasília contra Reforma da Previdência

ato_brasilia5Na tarde desta quarta-feira (08), policiais de todo o Brasil tomaram a Praça das Bandeiras ao lado do Congresso Nacional em Brasília/DF. Aos gritos de “Se a PEC passar, a polícia vai parar”, policiais civis, federais, servidores penitenciários, servidores das perícias e guardas municipais se manifestaram contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 287 do presidente Michel Temer/PMDB. Essa PEC retira o direito dos policiais se aposentarem de forma diferenciada e exige dele 49 anos de trabalho para garantir o salário integral.

Cerca de 10 mil policiais tomaram as largas avenidas da capital nacional, em ato que marcou o início da luta contra a reforma previdenciária do governo Temer. Aos moldes do PMDB do Rio Grande do Sul, o governo federal apresentou uma proposta que acaba com nossos direitos previdenciários, como aposentadoria especial, redutor de 5 anos para mulheres e direito a pensão integral aos dependentes em caso de morte do policial.

O ato foi marcado pela grande presença de parlamentares, tanto de oposição quanto da base ato_brasilia2de sustentação do governo, que manifestaram apoio aos policiais. Do nosso estado, os deputados Marcon e Elvino Bohn Gass, ambos do PT, foram os únicos a comparecer para manifestar o voto contra a PEC287 e a favor dos policiais civis. Elvino Bohn Gass destacou que a PEC 287 é um completo perigo a todos os trabalhadores, portanto não deve ser emendada. “Vamos derrubar toda essa emenda que ataca os policiais, mas também o restante da proposta que ataca os demais trabalhadores”, declarou Bohn Gass do alto do caminhão de som.

Cládio Wohlfahrt, um dos diretores da Ugeirm que integrou a caravana dos policiais gaúchos, revelou sua surpresa: “nosso ato foi amplamente divulgado e esperávamos mais deputados gaúchos aqui conosco, nos defendendo. Todos os deputados gaúchos dizem defender a segurança pública, mas na hora de mostrar a cara, de votar, ficam contra os policiais”, concluiu o dirigente da Ugeirm.

ato_brasilia3A Marcha

Após o ato, os policiais partiram em marcha até o Palácio do Planalto para deixar claro, ao presidente Temer/PMDB, que não vão aceitar que roubem seus direitos! Em seguida, a Marcha foi até a Câmara Federal, onde a segurança tentou impedir a entrada dos policiais que resistiram e conseguiram acessar o hall de entrada da Câmara, mas foram impedidos de ter acesso ao plenário da Casa do Povo para contato direto com os deputados. A segurança legislativa acabou jogando gás de pimenta contra o policiais, que não recuaram e permaneceram no local até o final da tarde. “Aqui em Brasília, como lá no Rio Grande do Sul, só nos resta um caminho: lutar pelos nossos direitos. Os governos do PMDB, Temer e Sartori estão dispostos a enfraquecer a polícia. Com medo de nos enfrentar, tentam jogar polícia contra polícia. Não vão atropelar os policiais e o direito de nossas famílias. Vamos lutar até o fim” gritou Isaac Ortiz, presidente da Ugeirm que estava na Câmara Federal.

ato_brasilia4Próximos passos

Temer/PMDB recebeu nosso recado: “O presidente Michel Temer já sabe o que os policiais são capazes de fazer. Não apenas aqui, em Brasília, mas no Brasil todo”, declarou Jânio Bosco Gandra, presidente da Cobrapol, entidade que integrou a organização do ato.

“O primeiro passo foi dado de forma firme. Se precisarmos voltar a Brasília, voltaremos e seremos milhares. Não é possível que toda a incompetência e roubalheira do governo federal seja paga com o sangue e o suor dos policiais”, decretou o presidente da Ugeim, Isaac Ortiz.