Agente do DENARC é morto durante Operação Policial em Montenegro

O Policial Civil Edler Gomes dos Santos, 54 anos, foi morto durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão na área rural da cidade de Montenegro, no Vale do Caí, na manhã de hoje (16). O suspeito de ter baleado Edler Gomes, também morreu na troca de tiros com os policiais civis que participavam da Operação de combate a crimes rurais, que está acontecendo em 37 cidades do estado. Outro Policial Civil foi ferido durante o confronto e se encontra hospitalizado e fora de risco de morte.

Nesse momento, em que a Polícia Civil e a sociedade enfrentam a dor da perda de um profissional que estava em serviço, tentando garantir a segurança da sociedade, a primeira tarefa é consolar os familiares e amigos. Nada deve ser mais importante, do que amparar os familiares de Edler Gomes, tanto emocionalmente quanto materialmente. A UGEIRM se coloca à disposição e se solidariza neste momento de dor da família e dos amigos do Agente Edler Gomes, como em todas as outras vezes em que um dos nossos foi morto em serviço.

Policiais vão parar até a hora do sepultamento de Edler Gomes

A UGEIRM está convocando todos (as) os (as) Policiais Civis a paralisarem suas atividades, até a hora do sepultamento do policial Edler Gomes dos Santos. A orientação é para que todos paralisem suas atividades e realizem um debate aprofundado sobre a realização de Operações Policiais, nas atuais condições da instituição. Devemos questionar as condições para a realização de Operações Policiais, enquanto a Polícia Civil tem metade do contingente necessário e se encontra com salários atrasados há mais de quatro anos.

A UGEIRM também está convocando todos os (as) Policiais para a realização de um grande Sirenaço no horário do sepultamento de Edler Gomes. Nesse horário, as viaturas de todo o Estado devem ser colocadas na frente das Delegacias e ligar suas sirenes, mostrando à população que a morte de um policial é um atentado contra toda sociedade. As viaturas que estiverem na Capital e na Região Metropolitana, devem ser direcionadas para o cortejo que acompanhará o corpo até o sepultamento. Assim que forem comunicados os horários do velório e do sepultamento, a UGEIRM divulgará em suas redes sociais e na sua página na internet.

Quatro mortes de policiais em menos de um mês é sinal que algo está muito errado

Não podemos tratar a morte de Edler como uma fatalidade. Ele é o quarto policial morto em serviço, no intervalo de um mês. Esse número não pode ser tratado como mero resultado do endurecimento do combate à criminalidade. Não podemos aceitar que a morte de quatro policiais seja resultado de uma maior atuação da polícia. Não! As mortes desses policiais têm que ser investigadas a fundo, para sabermos onde poderíamos ter agido diferente e evitado essas tragédias. O sucesso da atuação da Polícia não se mede apenas por estatísticas, mas se mede, principalmente, pela segurança dos profissionais que estão na linha de frente do combate à criminalidade. E uma polícia que tem quatro dos seus policiais mortos em menos de um mês, tem que repensar imediatamente sua atuação. Pois algo está muito errado. Essa política do governo Eduardo leite, de fazer mais com menos é a porta de entrada para mais tragédias.

Há tempos, a UGEIRM vem reivindicando uma discussão aprofundada sobre a realização das Operações Policiais da Polícia Civil. Não podemos mais adiar esse debate. A busca desenfreada por estatísticas favoráveis não pode continuar. As Operações Policiais têm que ser discutidas a partir das atuais condições estruturais da instituição. Com o absurdo déficit de pessoal, que leva os policiais a uma situação de stress extremo no seu cotidiano, tendo que trabalhar por dois, qualquer Operação Policial representa um grande risco. Querer que policiais que não recebem seus salários, participem de Operações quase diárias, é um convite a uma tragédia, como a que vivemos no dia de hoje.