Localização do corpo da menina Eduarda desencadeia onda de protestos e ameaças

Após a Polícia Civil encontrar o corpo da menina Eduarda Herrera, de 9 anos, nesta segunda-feira (22), uma onda de protestos e ameaças foi desencadeada em Porto Alegre. A criança foi raptada na noite de domingo (21), na frente da casa onde morava, no bairro Rubem Berta, e foi encontrada sem vida na manhã de segunda-feira, dentro do Rio Gravataí, às margens da RS-118, em Alvorada.

Na noite de segunda-feira, centenas de moradores bloquearam a Avenida Protásio Alves, no limite entre as cidades de Porto Alegre e Viamão. Na terça-feira (23), os moradores voltaram a bloquear a via, causando grande retenção do trânsito. Porém, o mais grave aconteceu na 18ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre, no bairro Mario Quintana. Dezenas de moradores cercaram a delegacia, chegando a quebrar os vidros do prédio, quando se espalhou pelo bairro um boato de que o sequestrador de Eduarda estaria preso nas dependências da DP. Outra situação que tem preocupado a polícia, é a onda de postagens em redes sociais, com acusações falsas de possíveis assassinos de Eduarda. Um morador de Canoas chegou a registrar ocorrência sobre uma série de ameaças que vem sofrendo, desde que uma foto sua passou a circular com uma comparação com o retrato falado divulgado pela Polícia.

A Polícia Civil está preocupada com a repercussão do caso e, principalmente, com o clima de quase histeria que está se disseminando na população. A tentativa de fazer justiça com as próprias mãos só atrapalha o trabalho da polícia, que está investigando e já observa progressos nas investigações. É importante, nesse momento, que a população mantenha a calma, confiando no trabalho da Polícia Civil.

Mesmo com todos os ataques que têm sofrido do governo do estado, como o atraso dos salários, a falta de pessoal e o corte de investimentos, a instituição continua realizando seu trabalho de maneira séria e eficiente. Os discursos que incentivam a população a se armar e fazer justiça com as próprias mãos, só servem para colocar a própria vida dos cidadãos e dos policiais em risco. A melhor forma de combater a criminalidade, é valorizar as forças policiais, dando-lhes condições de trabalho, salários em dia e um contingente condizente com suas obrigações. O que, infelizmente, não foi cumprido pelo governo Sartori/MDB em quatro anos de governo.