Policiais ocupam Praça da Matriz contra a Reforma da Previdência

matriz2A manhã desta quarta-feira (15) começou com a manifestação dos policiais civis, federais, rodoviários federais e outros agentes da segurança pública, contra a Reforma da Previdência. Cerca de mil manifestantes se concentraram a partir das 10 horas da manhã na Praça da Matriz, em frente ao Palácio Piratini. A atividade faz parte do Dia Nacional de Mobilização e Paralisação contra a Proposta de Emenda Constitucional 287, apresentada pelo governo Michel Temer/PMDB e que, na prática, acaba com a aposentadoria dos trabalhadores.

matriz4O presidente da UGEIRM, Isaac Ortiz, em sua fala afirmou que “esse governo não tem legitimidade nem condições morais para fazer qualquer tipo de reforma”. “Uma reforma dessas, feita sem discussão com a sociedade, só pode atender a interesses de alguém. Essa reforma, assim como a PEC 241/55 [que congelou os gastos públicos por 20 anos] e a reforma trabalhista, que virá, servem a uma minoria do sistema financeiro, da Fiesp”, completou.

Para o presidente do SINPEF/RS (Sindicato dos Policiais federais do RS), Ubiratan Sanderson, “não é somente uma reforma, é o fim da Previdência, a privatização dela. Querem empurrar todo mundo para a previdência privada”. Para Sanderson, o déficit das contas é falacioso e a opção do governo em penalizar a classe trabalhadora é absurda: “auditores fiscais da Previdência calculam que há superávit de pelo menos R$ 10 bilhões, e não se fala também sobre as empresas que devem outras centenas de bilhões à Previdência. Eles escolheram as reformas previdenciária e trabalhista, que atacam o povo, mas não fazem reforma política e tributária, que poderia acabar com privilégios do grande empresariado e dos políticos”, afirmou.

matriz3A situação das mulheres foi lembrada pela 2ª vice-presidente da UGEIRM, Magda Lopes. Ela alertou para as sérias consequências da Reforma para o sexo feminino: “nós, mulheres, seremos as mais atingidas por essa reforma, pois perderemos uma conquista importantíssima da Constituição de 1988: a diferença de cinco anos para aposentadoria. Queremos os mesmos direitos, mas temos especificidades de vida que devem ser respeitadas. O governo Temer, na sua visão, diz que a mulher contribui apenas olhando preços no supermercado”.

O diretor da UGEIRM, Pablo Mesquita, alertou para as consequências da reforma para a segurança pública. “Vivemos um momento muito difícil na segurança, sobretudo aqui no estado, e a população vai sofrer um impacto muito profundo. Já tivemos a PEC 241/55, e a isso se soma a Reforma da Previdência. Se hoje já temos uma desigualdade social que causa todos esses problemas, o que será depois desses ataques?”, questiona Pablo Mesquita.

Policiais também realizaram protestos em várias cidades do interior

Além do ato na Praça da Matriz, foram realizados vários protestos em cidades do interior. Até o momento, recebemos informações de manifestações em Bagé, Caxias do Sul, Ijuí, Lagoa Vermelha, Santa Cruz do Sul, Santana do Livramento e Santiago. Na parte da tarde, estão programados novos protestos com a participação das várias categorias atingidas pela Reforma da Previdência.

Dia Nacional de Mobilização e Paralisação mobilizou trabalhadores em todo o país

Os protestos contra a Reforma da Previdência, que significará o fim da aposentadoria, se multiplicaram por todo o Brasil. Em São Paulo, aconteceram atos nas principais cidades do estado. Na capital, SP, os metroviários paralisaram e, em uma cena incomum, foram aplaudidos pelos passageiros que, mesmo sem transporte, apoiaram a iniciativa e apoiaram os trabalhadores na luta contra a Reforma da Previdência.

Em Belo Horizonte, milhares de manifestantes tomaram as ruas do centro da cidade, finalizando com um grande ato na frente da Assembleia Legislativa. Outras cidades mineiras, como Ouro preto e Juiz de Fora, realizaram atos que contaram com a presença de milhares de manifestantes.

No Nordeste, as maiores manifestações aconteceram em Recife, onde milhares de trabalhadores tomaram as ruas da capital de Pernambuco. Em várias outras capitais da região, os protestos contra a reforma da previdência levaram milhares de pessoas às ruas.

Em Brasília, militantes do MST (Movimento Sem Terra) ocuparam o Ministério da Fazenda em protesto contra a Reforma da Previdência, que atinge de forma direta a aposentadoria dos trabalhadores rurais. Manifestações também aconteceram no Rio de Janeiro e Vitória, onde os manifestantes fecharam o Aeroporto da cidade.

 

Mobilização pelo Estado