Sirenaço contra morte de policial marca dia de paralisação da Polícia Civil

Os policiais civis promoveram, nesta segunda-feira (31), mais uma paralisação em protesto contra o parcelamento dos salários e, também, contra a morte de policiais no governo Sartori/PMDB. A paralisação durou 24 horas e contou com a participação de policiais de todos o estado. Em Porto Alegre, a concentração aconteceu em frente ao Palácio da Polícia. O protesto contra o parcelamento continua com a Operação Padrão dos policiais civis, que acontecerá até a integralização do pagamento dos salários.
Sirenaço homenageou Sargento morto por assaltantes
Ao meio-dia, as viaturas que se encontravam em frente ao Palácio da Polícia, realizaram um sirenaço de 1 minuto em homenagem ao sargento João Marcelo Borges Desidério, de 43 anos, morto a tiros de fuzil, na madrugada do último sábado, quando tentava evitar um assalto na cidade de Herval Grande. Em várias outras cidades do estado também foram realizados sirenaços em homenagem a João Marcelo.
O número de policiais mortos cresceu de forma alarmante durante o governo Sartori/PMDB. Nos seis primeiros meses de 2016 o número de morte entre policiais triplicou em relação ao ano de 2014. E a tendência, com a diminuição do efetivo e o aumento da violência, é que os policiais fiquem cada dia mais expostos. Segundo o presidente da UGEIRM, Isaac Ortiz, “isso foi uma singela homenagem que conseguimos fazer em meio a nossa paralisação. A baixa desse sargento tem dois significados: a perda lamentável de um colega no desempenho de sua função e a perda de um policial que iria receber R$ 450 nesta segunda-feira. Nem isso a família do colega vai receber do Estado”.
No dia 11 os policiais vão paralisar novamente
Uma nova paralisação já está marcada. Acontecerá no No dia 11 de novembro. Nesse dia, os policiais realizarão vão aderir à paralisação nacional, que está sendo convocada pelas Centrais Sindicais, contra a PEC 241. Aqui no Rio Grande do Sul, além da luta contra a PEC 241, a UGEIRM pretende utilizar a mobilização para denunciar as políticas do governo Sartori/PMDB na área da segurança. Além de protestar contra os parcelamentos de salários e a morte de policiais.
Operação Padrão até a integralização dos salários
Como tem sido feito em todos os meses que ocorrem parcelamento de salários, a polícia civil realizará uma operação padrão até a integralização do pagamento dos salários. Durante esse período, os policiais seguirão os seguintes procedimentos:
1 – Não participarão das operações policiais fora do horário de expediente;
2 – Não trabalharão além do horário do expediente;
3 – Não concluirão procedimentos policiais, exceto Auto de Prisão em Flagrante (APF);
4 – Não registrarão ocorrências de fato em tese atípico, perda de documentos e desacordo comercial
Consulta sobre o pedido de impeachment
A direção da Ugeirm está iniciando um processo de consulta junto à categoria sobre o pedido de impeachment do governador Sartori. Esse pedido é baseado nos constantes desrespeitos às decisões judiciais por parte do governo. Entre elas, uma decisão do Tribunal de Justiça determinou que o governador pagasse a integralidade dos salários dos servidores da Segurança Pública e outra, atendendo pedido da Ugeirm, determinou que o governo não mantenha presos em carceragens de delegacias por mais de 24 horas. O governador Sartori, ignorou as duas decisões e, no caso das carceragens, a situação ficou ainda mais grave, com a manutenção de presos em viaturas policiais. Diante dessa situação, a Ugeirm está estudando, junto ao seu departamento jurídico, os termos para o ingresso com um pedido de impeachment. Por se tratar de um processo que terá que tramitar na Assembleia Legislativa, o sindicato entende que ele só terá viabilidade se contar com a mobilização dos policiais, razão pela qual decidiu realizar a consulta.