Delegacias de Novo Hamburgo e São Leopoldo vivem inferno nas carceragens

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Em junho a UGEIRM já denunciava as condições absurdas das carceragens

A situação nas delegacias das duas cidades ultrapassaram o limite. Nessa manhã, a UGEIRM esteve em contato com as delegacias de Novo Hamburgo e de São Leopoldo e constatou a situação absurda que os policiais estão enfrentando. Em Novo Hamburgo a situação é caótica. Vinte presos se acumulam em três celas, sendo que em uma delas estão duas mulheres. Os outros dezoito presos se amontoam em duas celas, que deveriam abrigar três presos cada uma. Alguns presos estão há dez dias na delegacia. O local não conta com nenhuma estrutura para receber presos, não tem banheiro e estrutura para alimentação.

Em São Leopoldo a situação é mais crítica ainda. São 22 presos que não cabem nas celas, tendo que ser alojados em salas especiais, ou ficar algemados pelos corredores. Inclusive, uma policial informou que não existem nem mesmo algemas disponíveis para tantos presos. Entre os presos, tem um com tuberculose e outro com caxumba. Representando um risco para eles, para os outros presos e também para os policiais que têm risco de contágio ao lidar com os presos. Outro problema gravíssimo é a presença de dois menores que não deviam estar na delegacia, mas não podem ser removidos, pois a FASE não está aceitando a remoção. Os três policiais do plantão já estão com as portas fechadas, pois não têm condições de atender o público e, ao mesmo tempo, cuidar de 22 presos.

O Tribunal de Justiça já tomou uma decisão onde obriga o governo a tomar uma providência imediata e esvaziar todas as carceragens. Mas vivemos no RS, atualmente, um estado de exceção, onde o governador Sartori/PMDB pode fazer o que bem entende e o que a justiça decide não tem nenhuma consequência na realidade. A morte de alguém na carceragem de uma delegacia é uma questão de tempo. O presidente da UGEIRM, Isaac Ortiz, pergunta: “será que o judiciário vai continuar aceitando o autoritarismo desse governo? O que está em jogo é a vida de policiais que estão executando seu dever. Além disso, quando o governador zomba das decisões judiciais, como a dos presos e a decisão judicial que obriga o pagamento integral dos salários, é a própria democracia que está em jogo. Pois uma verdadeira democracia não permite que alguns se coloquem acima da lei e dos outros poderes. Desrespeitar o judiciários é desrespeitar a própria democracia”.