Derrotado, Sartori não deposita salário de outubro dos servidores estaduais
O governador Sartori/MDB reservou uma surpresa de despedida para os servidores públicos estaduais. Durante todo o seu mandato, o governo parcelou ou atrasou os salários de uma parcela do funcionalismo. Desta vez o governo foi além, como se estivesse se vingando de quem rejeitou o seu mandato e impediu a sua reeleição, Sartori não efetuou nenhum pagamento a nenhum servidor público estadual.
A impressão que se tem, é que o governador, agora que não tem mais a expectativa de se reeleger, resolveu fazer o que sempre teve vontade desde o início do seu mandato: não pagar os servidores. A UGEIRM já havia alertado para a possibilidade do encontro das folhas de pagamento. No mês de outubro chegamos bem perto disso acontecer. Os salários de setembro só foram quitados completamente no dia 30 de outubro, um dia antes da previsão do pagamento dos salários de outubro.
Salário de dezembro e 13º devem ficar para o próximo governo
As perspectivas para os meses de novembro e dezembro são sombrias. Seguindo nesse ritmo, o salário de dezembro e o 13º têm grande possibilidade de não serem pagos e deixados para o próximo governo. Quanto aos salários de novembro, ainda é uma incógnita. Se os salários de setembro só foram quitados no penúltimo dia de outubro, existe uma grande possibilidade de uma parcela dos servidores não receberem nem mesmo o mês de novembro antes do fim do ano. Será um final de ano para coroar um dos piores governos da história do Rio Grande do Sul.
A alegação de que o dinheiro não existe não cola mais. Durante o seu mandato e a sua campanha, Sartori/MDB alegou que a única forma de pagar os salários em dia, seria com a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal da União, pois, assim, deixaria de pagar as parcelas da dívida, sobrando dinheiro para pagar os servidores. O que ele não conta é que, há dois anos, o estado não paga as parcelas da dívida, por decisão do STF. No entanto, os salários continuaram não sendo pagos. O não pagamento de salários é uma decisão política e a prova disso é que os fornecedores continuam sendo pagos, como aconteceu durante todo o seu governo.
Pagamento da última parcela do reajuste da Tabela de Subsídios em risco
Outra preocupação dos (as) policiais civis é o pagamento da última parcela do reajuste da Tabela de Subsídios da segurança pública. Com o governo em fim de mandato e tendo sido rejeitado pela população, não sabemos o que podemos esperar de Sartori e o seu partido, o MDB. Desde o dia em que tomou posse, o discurso do governador foi de que o reajuste da Tabela de Subsídios da segurança pública era um dos principais responsáveis pela crise financeira do estado. Em sua campanha, repisou o tema várias vezes. Durante o seu mandato, só não adiou os reajustes porque sabia que a reação dos (as) policiais seria enorme e, com certeza, prejudicaria sua imagem perante a opinião pública.
Agora, que não tem mais a preocupação em manter uma boa imagem para a população, o governo pode se ver livre para, ao mesmo tempo, se vingar dos servidores da segurança pública, que fizeram uma forte oposição ao seu projeto de desmonte do setor, e deixar um esqueleto a mais para o próximo governador, deixando de pagar o reajuste. O presidente da UGEIRM, Isaac Ortiz, alerta a categoria, “esse governo já mostrou, em quatro anos do que é capaz de fazer. Mas, ao mesmo tempo, ele sabe do poder de reação dos policiais. Durante todo o mandato, apesar dos ataques do governo, conseguimos manter os nossos reajustes. Não será agora, em fim de mandato, que Sartori conseguirá dobrar a categoria. Se nosso reajuste não for pago, Sartori sairá do governo pela porta dos fundos, com uma grande mobilização de policiais”.
Policiais retomam Operação Padrão a partir de hoje
Diante do descaso do governo e do não pagamento dos salários, os (as) policiais civis estão retomando a Operação Padrão. A partir de hoje, dia 30 de outubro, a UGEIRM convoca os policiais para seguirem as orientações abaixo e retomar a Operação Padrão até o pagamento dos salários de todos os (as) policiais civis.
Veja abaixo as orientações para a Operação Padrão
DPPAs, Plantões e Volantes
– Somente registros de ocorrência criminais;
– Lavratura de APF, somente com a presença da autoridade policial.
Departamentos e DPs
– Não participação de operação policial fora de horário de expedienteNkão cumprimento das metas estabelecidas pelo programa Qualificar;
– Os Agentes não devem ficar responsáveis pelo planejamento, organização e estruturação das operações policiais, essa tarefa deve ser executada pelos delegados responsáveis;
– Não participação em Operações Policiais enquanto os salários não forem integralizados;
– Após a integralização, a participação nas operações só devem se dar de acordo com as condições materiais e pessoais oferecidas, observando-se as questões legais referentes a diárias, equipamentos, pagamento de horas extras e/ou sua compensação por folga;
– Elaboração de relatórios somente pela autoridade policial
– Representação por MBAs, Prisões e Interceptações telefônicas devem ser solicitados somente por autoridade policial;
– Não publicização das Operações Policiais nas mídias, inclusive as sociais.