Fotos e vídeo mostram situação de insalubridade na DPPA de Taquara

Da Redação do Sul21

Mais uma vez, uma carceragem de delegacia no Rio Grande do Sul produziu imagens de insalubridade, lotação inadequada e falta de condições estruturais: desta vez foi DPPA de Taquara, neste final de semana, foi gravada por policiais civis por conta da situação à qual presos e servidores são submetidos.

Fotos mostram celas muito pequenas, utilizadas para abrigar quatro detentos, sem qualquer condição de higiene; fossas sanitárias, dentro das celas, costumam transbordar. “Já estou há mais de quinze dias aqui na delegacia de Taquara, preso, em uma situação precária”, diz um detento que se apresenta como Emerson, em um vídeo gravado pela Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de Polícia Civil do Rio Grande do Sul (Ugeirm). “Eu sei que todo mundo erra”, argumenta, mas “estamos aqui vivendo feito bichos, apesar de o pessoal estar tratando nós bem, não temos condições de ficar aqui mais do que quinze dias”.

“O pessoal já trabalha em número reduzido, há uma crise do efetivo tremendo”, diz Fábio Castro, vice-presidente da Ugeirm. Ele avalia que a Polícia Civil opera, hoje, com menos da metade do número de agentes que seria adequado. A crise vivida nas carceragens de delegacia, portanto, é um trabalho adicional – e policiais se expõe, ali, a ambiente propício a contaminações. “Sequer deveria haver presos em delegacias”, afirma Castro, para quem o problema começou ainda em 2015.

O secretário estadual de Segurança Pública, Cezar Schirmer, anunciou, na quarta-feira passada (18), que a crise nas carceragens das delegacias termina até o mês de novembro, em uma rede social. As informações são da assessoria de comunicação da Ugeirm. “Até o final de outubro, as instituições apresentarão o planejamento e executarão as ações necessárias. Local de preso é no sistema prisional”, escreveu, ainda que não tenha fornecido detalhes de como seria esse plano. O anúncio do governo aconteceu no mesmo dia em que o sindicato iniciou a entrega de pedidos de interdição de 13 delegacias nas regiões Metropolitana e Carbonífera.

Foto: Divulgação
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