Conselho de Representantes da UGEIRM define mobilização da categoria

Aconteceu na tarde desta terça-feira (25), em Santa Maria, a reunião ampliada do Conselho de Representantes da UGEIRM. O encontro definiu a resposta dos policiais civis aos vários ataques que a categoria tem sofrido por parte do governo Sartori/PMDB. Além dos integrantes do Conselho, a reunião contou com a presença de todos os policiais da 3ª região policial e representantes de outras regiões. A reunião abriu com uma discussão rica sobre o momento difícil que os policiais civis e a segurança pública do estado passa. Veja, abaixo, os principais pontos discutidos na reunião.

Atraso nas promoções

Sobre as promoções, a direção da UGEIRM informou que não há previsão de publicação e que todas as informações que circulam nas redes sociais não passam de boatos e servem apenas para tentar segurar a insatisfação dos agentes. A realidade é que não existe previsão de publicação e nem mesmo a garantia de que ocorrerá ainda nesse governo.

Parcelamento dos salários e do 13º

A tendência é de agravamento da situação. O próprio governo já admite a possibilidade de encontro das folhas de agosto e setembro. Sabemos que essa situação é uma forma de chantagem do governo, para tentar aprovar a renegociação da dívida dos estados com a União.

Superlotação das carceragens das delegacias

Sobre a superlotação das Carceragens, foi dado um relato da situação calamitosa encontrada nas delegacias de Porto Alegre e da região metropolitana atualmente, com uma tendência de se alastrar pelo interior do estado.

Aposentadoria Especial dos policiais

Sobre a aposentadoria especial, os policiais fizeram uma avaliação positiva da mobilização desencadeada, a partir da adoção pelo governo do Parecer da PGE que recomendava o fim da paridade e da aposentadoria especial dos policiais e da mulher policial. A grande repercussão e a articulação da UGEIRM na Assembleia Legislativa, levaram a um recuo do governo, que aceitou rever o seu posicionamento. Porém, o governo pediu um prazo para avaliar a situação, mas não garantiu a manutenção da aposentadoria especial.

Programa Qualificar

A avaliação é que esse Programa tem significado um grande foco de estresse para categoria. A sua implementação aconteceu sem uma discussão prévia e a cobrança de metas, sem levar em conta a situação atual da polícia, tem afetado, inclusive, a saúde dos policiais.

Propostas de mobilização passam pela Operação Padrão, Cumpra-se a Lei e rediscussão do Qualificar

Para dar resposta a essas questões, o Conselho de Repesentantes aprovou as ações abaixo:

Ações nas DPPAs – Com relação às Delegacias de Pronto Atendimento, ficou determinado que, enquanto não for resolvida a questão do parcelamento dos salários e do 13º, serão realizados apenas os registros de ocorrências criminais.

Cumpra-se a Lei – Foi aprovado que, caso não haja solução para os ataques que a categoria vem sofrendo por parte do governo, retomaremos a execução da Operação Cumpra-se a Lei.

Presos nas carceragens das delegacias – A proposta do Conselho é seguir o exemplo dos colegas de Novo Hamburgo. Sempre que os policiais avaliarem que a segurança dos agentes e da população está em risco, devido a superlotação das celas, a UGEIRM será convocada e os policiais se negarão a receber novos presos, enquanto não houver as mínimas condições de segurança.

Programa Qualificar – A ausência de condições adequadas para o desenvolvimento do trabalho policial, torna praticamente imposssível o alcance das metas estabelecidas pelo programa. O parcelamento dos salários e do 13º, o atraso nas promoções, o não reconhecimento da aposentadoria especial da mulher policial e o fim da paridade e da integralidade na aposentadoria dos policiais, afetarão diretamente os índices de produtividade. Os policiais não são contrários ao estabelecimento de metas de qualidade e produtividade, no entanto, é necessário que a categoria participe da discussão sobre a implementação das mesmas.

Mobilização pela Aposentadoria Especial – Na próxima quarta-feira (2), a UGEIRM participará de uma reunião com o Secretário Chefe da Casa Civil, Fábio Branco, onde, esperamos, será apresentada uma posição sobre a aposentadoria da Polícia Civil. O Conselho aprovou uma vigília na frente do Palácio Piratini, para pressionar o governo durante a reunião. Nas cidades do interior, a categoria deve se manter em vigília na frente das delegacias, a espera do posicionamento do governo na reunião.