Contratação de policiais não é gasto, é investimento

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A edição do último domingo (10) do Jornal Zero Hora, trouxe uma reportagem sobre os custos da contratação de novos policiais no nosso Estado. De acordo com a matéria, a convocação de 2,5 mil aprovados em concurso para a Brigada Militar (BM) elevaria em R$ 9,2 milhões mensais os gastos com salários de policiais. Para chegar a esses valores, o jornal considerou o valor de R$ 3.680, incluindo salário inicial de R$ 2.828, mais parte de encargos sociais. Além de considerar valores equivocados, pois o salário bruto inicial de um policial militar no nosso Estado é de R$ 2.440, o que já significaria uma diminuição de R$ 970 mil reais mensais nos investimentos em pessoal na segurança, o jornal inclui no seu cálculo encargos sociais de R$ 852,00, sem discriminar que encargos seriam esses. Lembramos que parte dos encargos sociais são descontados dos salários dos policiais e outra parte é recolhido para pagamento da previdência social, valor que será transferido para o IPERGS e depois utilizado no pagamento dos policiais inativos.

Porém, mais importante do que os valores equivocados divulgados pelo governo e utilizados pelo jornal Zero Hora, é importante atentarmos para o real significado dos investimentos em segurança pública. Para além da planilha da Secretaria da Fazenda, estamos falando de vidas de cidadãos gaúchos. Cada real investido em segurança pública, significa um risco menor de que você seja vítima de alguma forma de violência. Outra questão que não entra nos cálculos plantados pelo governo e divulgado de forma automática e sem questionamento pelo Jornal Zero Hora, é dos custos da violência para a sociedade como um todo. De acordo com o IPEA, o custo da violência no país significa 6,08% do PIB. Transpondo para o nosso Estado, considerando o PIB de 2014 (R$ 331,508 bilhões) esse custo estaria em algo por volta de R$ 20 bilhões. Portanto, sabedores de que o aumento do efetivo das forças de segurança tem um efeito imediato nos índices de violência, concluímos que os ditos “gastos” com a contratação de novos policiais diminuiriam as despesas do governo em setores estratégicos, como a saúde, provocando um alívio nas contas do Estado. É a chamada economia burra, que só causa mais gastos.

Porém, sabemos que não podemos exigir um raciocínio desses do governo Sartori/PMDB. Um governo que não consegue olhar além dos números de suas planilhas, não tem condições de governar um Estado como o Rio Grande do Sul. Para o presidente da UGEIRM, Isaac Ortiz, “esse governo perdeu todas as condições de comandar o Rio Grande do Sul. Vivemos mais um fim de semana de violência no nosso Estado e o governador fica fazendo economia com a vida da população. Somente com os CCs vinculados ao gabinete do Governador, os gastos mensais chegavam a R$ 1,265 milhão no mês de março do ano passado. Enquanto isso, a secretaria de fazenda fica plantando notícia nos jornais dizendo que um custo de R$ 9 milhões mensais para garantir a segurança da população é insustentável. Esperamos que o governador nunca tenha um familiar vítima de violência. Só quem já passou por isso sabe o quanto é traumático. Infelizmente, devido à política irresponsável do governador Sartori/PMDB, essa tem sido uma realidade cada vez mais presente no cotidianos dos gaúchos”.