Deputados do Novo propõem fim da Paridade para todos os Policiais Civis

Uma Emenda ao Pacote do Retrocesso, apresentada pelos deputados Fabio Ostermann e Giuseppe Riesgo do Partido Novo, acaba com a Paridade entre ativos e inativos para todos os servidores estaduais, inclusive os Policiais Civis. O texto da Emenda é simples e objetivo: “os proventos das aposentadorias concedidas nos termos do disposto nos artigos 1º e 2º desta lei Complementar serão reajustados nos termos estabelecidos para o Regime Geral de Previdência Social”. Para não deixar dúvidas quanto aos alvos da sua proposta, os deputados ressaltam na justificativa do seu projeto: “Para não haver divergência de interpretação, tampouco extensão do direito à integralidade e à paridade ao policial civil e ao agente penitenciário”.

O Partido Novo não perde uma oportunidade de se autoproclamar liberal. Mas como já é costume na classe política brasileira, é uma cópia malfeita da tradição liberal. Na visão desses deputados e desse partido, o Estado deve ser mínimo para os trabalhadores e generoso para os empresários e banqueiros. Isso explica as várias propostas de ataques a direitos dos servidores e o silêncio profundo quanto aos privilégios dos grandes empresários, como os incentivos fiscais recebidos do estado do RS.

O deputado Fabio Ostermann ataca a aposentadoria dos Policiais Civis, mas quando foi assaltado, fez vídeo nas redes sociais clamando por segurança pública, dizendo que “já passa da hora de priorizar a segurança pública”. Quando clama por segurança pública, o deputado deveria saber que os (as) Policiais Civis estão recebendo salários atrasados há 5 anos. Deveria lembrar que os mesmos profissionais que arriscam sua vida para garantir a segurança de todos (as) os (as) gaúchos (as), inclusive de parlamentares que acham que eles são privilegiados, terão seus salários e aposentadorias reduzidas com as propostas que os deputados do Novo defendem na Assembleia Legislativa.  

Esses parlamentares são frutos de males dos nossos tempos, onde a realidade é vista através da tela de um computador ou celular, tudo muito limpo, cheiroso e sem contradição. O dia em que esses deputados saírem de trás das telas dos seus celulares e enfrentarem a realidade das ruas, como os (as) policiais fazem todos os dias, talvez se convençam que não dá para brincar com os salários de pessoas que trabalham para garantir a sua sobrevivência.