Europa assume ‘quarta onda’ e declara estágio ‘dramático’ da covid-19

A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece que a Europa é o atual epicentro da pandemia.

Da RBA

O Brasil registrou nesta quarta-feira (17) 373 mortes pela covid-19 em 24 horas. O surto segue em tendência de estabilidade no país, em patamar ainda considerado elevado, mesmo com melhora provocada pelo avanço da vacinação. Enquanto no Brasil o poder público ignora alertas da ciência e promove o fim até mesmo do uso de máscaras, boa parte do mundo segue em alerta máximo. A Europa vive ascensão “dramática” de casos, como diz a chanceler alemã, Angela Merkel.

A Alemanha bateu hoje o recorde de casos registrados em 24 horas. Foram 52.826 novos infectados no período. Também foram notificadas 294 mortes, de acordo com o Instituto Robert Koch, ligado ao governo. Recordes de infecções e mortes também foram registrados na Rússia e na Áustria.

O governo francês afirmou que uma quarta onda de contágios está em andamento e chegou severa ao país. “Como já dissemos repetidamente, as vacinas não substituem a necessidade de outras precauções. (…) as vacinas reduzem o risco de hospitalização, doenças graves e mortes, mas elas não impedem totalmente a transmissão”, disse o diretor geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom.

Meio milhão de mortos

A OMS reconhece que a Europa é o atual epicentro da pandemia. Além do abandono de medidas de proteção, como distanciamento social, pesam os negacionistas. Mesmo com ampla oferta de vacinas, a Alemanha, por exemplo, tem apenas 68,8% da população totalmente vacinada e 72% com a primeira dose. “Não é tarde demais para optar por uma primeira vacina (…) Se mantivermos a trajetória, podemos ter outro meio milhão de mortos até fevereiro”, disse Merkel em pronunciamento.

O Brasil, que sofreu com atraso na compra de vacinas e a condução desastrosa do governo Bolsonaro tem 64% da população imunizada com duas doses e 81% tendo tomado ao menos a primeira.

Balanço da covid-19 no Brasil

Com as mortes registradas nesta quarta-feira (17) no Brasil, o país chegou a 611.851 mortos pelo vírus desde o início do surto, em março de 2020. Trata-se do segundo país com mais vítimas desde o início da pandemia, atrás apenas dos Estados Unidos, com população 50% maior. O Brasil também é o país com mais mortos em 2021.

A média de mortalidade da covid-19 no Brasil é 4,4 vezes superior à média global. Em relação aos infectados, são 21.977.661 casos oficialmente registrados, sem contar ampla subnotificação provocada pela ausência de políticas de testagem em massa e controle do vírus. No último período de 24 horas monitorado pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), foram 11.977 novos casos.