Cobrapol e Fenapef denunciam que governo quer manter proposta com “pior aposentadoria policial do mundo”
Em duas Notas Públicas, a Cobrapol (Confederação Brasileira dos Trabalhadores Policiais Civis) e a Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais), denunciam a posição do governo Bolsonaro, que vem descumprindo o que havia prometido às entidades policiais, em relação à reforma da Previdência.
Nas duas notas, as entidades elencam uma série de reuniões realizadas, desde antes da apresentação da PEC 06/2019, com deputados da base aliada, representantes do governo e com o próprio presidente Jair Bolsonaro, onde os mesmos se comprometem em dar um tratamento isonômico aos policiais em relação aos militares. Infelizmente, a proposta enviada ao Congresso simplesmente desconsidera as especificidades das forças policiais e constrói a “pior aposentadoria policial do mundo”.
Após a decepção com a proposta apresentada pelo governo Bolsonaro, os policiais, através da UPB (União dos Policiais Brasileiros) se articularam e elaboraram uma proposta de Emenda à PEC 06, onde os direitos dos policiais, ameaçados pela reforma da Previdência, são garantidos. Essa Emenda foi apresentada no Congresso pelo Deputado Hugo Leal (PSC/RJ), e assinada por mais 266 parlamentares. No dia 20 de maio, um dia antes do ato dos policiais brasileiros contra a reforma da Previdência, a UPB participou de uma reunião realizada no Palácio do Planalto, que contou com a presença do presidente Jair Bolsonaro, dos ministros Paulo Guedes e Onyx Lorenzoni, e dos deputados Joice Hasselmann, Hélio Bolsonaro e Major Vítor Hugo, o próprio Presidente comunicou que os policiais teriam tratamento isonômico ao dos militares e que orientaria para que a Emenda fosse incluída no relatório final. Essa promessa do presidente poderá não ser efetivada pois, na semana passada, a Cobrapol recebeu a informação de que a Emenda provavelmente não será incluída no Relatório Final da Comissão Especial que analisa a PEC 06.
Diante dessa realidade, fica claro que o caminho tentado de negociação por dentro do governo Bolsonaro, está cada vez mais bloqueado. A disposição demonstrada pelo governo de reconhecimento do trabalho policial, como propalado aos sete ventos durante a sua campanha eleitoral, tem se demonstrado, na prática, totalmente mentirosa. Todas as articulações feitas com setores do governo, mostraram-se nada mais do que declarações de boas intenções, negadas em seguida pelas ações do governo. O que fica mais claro, a cada dia, é que a atividade policial e a segurança pública não estão entre as preocupações do governo Bolsonaro.
No entanto, as entidades policiais não podem ficar paradas lamentando a traição do governo. É preciso passar para a ação. Esse governo, como todos os outros, só vai se mover quando sentir uma grande pressão vinda das ruas, que pode abalar sua popularidade junto à população. Por isso, é fundamental que os policiais se integrem às mobilizações dos trabalhadores, que estão acontecendo por todo o país. Nesse quadro, a Greve Geral do dia 14 de junho é um momento chave. Uma grande mobilização, que tome o país e mostre o descontentamento da população, que não quer ver sua aposentadoria destruída para atender os interesses dos grandes bancos, poderá fazer os parlamentares pensarem duas vezes antes de se submeterem à vontade do ministro Paulo Guedes.
A UGEIRM não participará da Greve Geral, seguindo deliberação da Cobrapol. Porém, no dia 14 de Junho, a entidade estará apoiando a mobilização das Centrais Sindicais contra a reforma da Previdência e orienta os (as) policiais civis gaúchos (as), a fazer um dia de mobilização e discussão nas Delegacias, mostrando à população os prejuízos que essa reforma trará para a segurança pública do país. O sindicato está elaborando um material explicativo, com os principais pontos que atingem os policiais e sua aposentadoria, que será disponibilizado para categoria.