Governo estuda adiar implantação da tabela de subsídios

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O Jornal Correio do Povo, na sua edição de hoje (leia aqui), diz que o governo estadual estuda adiar o calendário de reajustes dos Servidores da Segurança Pública. De acordo com o Jornal, a proposta teria sido apresentada durante a primeira reunião do comitê técnico formado para apresentar soluções para a crise financeira do Estado.

Em reunião, realizada na última quinta-feira (30), o Chefe da Casa Civil, Marcio Biolchi, garantiu às entidades representativas dos servidores da Segurança Pública que o pagamento da parcela de novembro do reajuste da Segurança estava garantido. O mesmo Marcio Biolchi estava presente na reunião citada pelo Jornal Correio do Povo. Se a informação do jornal estiver correta, existe um desencontro entre o que disse o Chefe da Casa Civil e a opinião do Governo.

A “pedalada” do reajuste da Segurança Pública traria sérias consequências para a população gaúcha. Significaria uma clara política de desmonte do aparato de segurança pública, que tem como seu principal pilar os policiais que, mesmo com poucas condições de trabalho, mantém uma das melhores polícias do país. Os salários pagos hoje pelo governo do RS está entre os menores do país. A política conquistada durante o governo Tarso, de pagamento parcelado dos reajustes até 2017, visa repor os salários dos policiais a um patamar razoável, compatível com as polícias do resto do país. Para se ter uma ideia, de acordo com o site da COBRAPOL, o salário inicial de um policial do RS é menor do que em estados como Sergipe, Piauí, Tocantins e Rondônia.

O vice-presidente da UGEIRM, Fábio Castro, ressalta que “o reajuste da tabela de subsídios não foi nenhum favor do governo, foi fruto da luta da categoria. Não vamos admitir que o governador Sartori jogue o peso da sua incompetência nas costas da segurança pública e, em última instância, da população gaúcha, que sofre cada vez mais com o aumento da violência. Se precisar, vamos a greve para defender nossos direitos”. Para o presidente da UGEIRM, Isaac Ortiz, “o governo tem outras alternativas para pagar os salários dos servidores e para combater a crise financeira do Estado, como o aumento do limite dos saques dos depósitos judiciais. Queremos ver as contas do governo. Sabemos que existe uma crise, mas queremos saber a real dimensão dela. Nos parece que o governo quer fazer uma política de terra arrasada para implementar o seu projeto de governo: privatização, ataque aos direitos dos servidores e aumento dos impostos. Não vamos aceitar isso”.

Ataque a Previdência dos servidores

Outra proposta do Governo Sartori é a mudança no regime de previdência dos servidores públicos. Pela regra atual, os servidores contribuem com 13,25% e o Estado com outros 13,25%. Pela proposta de Sartori, que será encaminhada ainda esta semana a Assembleia Legislativa, até o valor de R$ 4,6 mil o servidor e o Estado continuam contribuindo com os mesmos percentuais, a partir desse valor o Estado contribuirá com até 8,5% e o servidor com um percentual variável, de acordo com o cálculo atuarial que levará em conta dados como quanto cada um deseja receber na aposentadoria e qual o seu tempo de contribuição.

Fica cada vez mais claro qual o objetivo do governo com o atraso dos salários e o discurso do caos financeiro. Atacar conquistas dos servidores e implementar seu projeto de privatização e Estado Mínimo. Esse projeto foi implementado em vários estados do Brasil e em nenhum deles resolveu a crise financeira. O caso mais emblemático foi o do Paraná. Onde o governador Beto Richa (PSDB) meteu a mão na previdência dos professores, mas continuou atrasando salários e levando o Estado à beira do caos, além de toda truculência com os professores para aprovar seu projeto de reforma da previdência do Estado.

Os servidores prometem muita luta para barrar esses projetos do Governo. Na segunda-feira já realizaram uma vitoriosa paralisação de 1 dia e agora fazem uma caravana pelo interior do Estado, mobilizando as categorias para a Assembleia Unificada do dia 18/8, às 14 horas, no Largo Glênio Peres. Nessa Assembleia será discutida a deflagração de uma greve geral do serviço público estadual. Os próximos passos serão fundamentais, se Sartori conseguir aprovar seus projetos na Assembleia Legislativa, estará aberto o caminho para privatização de serviços públicos e o desmonte do Estado no Rio Grande do Sul.

Segunda Marcha Segurança Para Todos, no dia 18, será maior ainda!

Os policiais civis vão realizar, no dia 18 de agosto, a segunda Marcha Segurança Para Todos. No dia 7 de julho os trabalhadores da segurança pública realizaram uma mobilização histórica, quando ocuparam as ruas de Porto Alegre, mostrando o seu repúdio às políticas do Governo Sartori para a Segurança Pública. Agora, no dia 18, a promessa é de uma mobilização ainda maior. Para Isaac Ortiz, presidente da UGEIRM, “desde o dia 7 de julho, a situação só se agravou. Nossos salários foram parcelados. A LDO, que não prevê reajuste para os servidores, foi aprovada na Assembleia Legislativa. O PL206, que coloca em risco a implementação da Tabela de Subsídios da Polícia Civil, continua avançando. Então, nós não podemos dar outra resposta, nossa marcha do dia 18 será maior ainda! É nosso futuro que está em jogo”.

Os policiais se concentrarão a partir das 12 horas em frente ao Palácio da Polícia. De lá, partirão em Marcha até o Largo Glênio Peres, onde se juntarão aos outros servidores públicos para participar da Assembleia Unificada. Nela, será discutida a greve dos servidores públicos do Estado. Após a Assembleia, será realizado um Ato Público em frente ao Palácio Piratini