Presidente da UGEIRM recebe homenagem da Câmara de Vereadores de Porto Alegre

Em sessão solene em homenagem à Semana da Consciência Negra, o Presidente da UGEIRM, Isaac Ortiz, foi homenageado pela sua trajetória no movimento sindical e sua atuação na Segurança Pública. A homenagem partiu da Vereadora Laura Sito (PT).

A iniciativa da realização da Sessão Solene, partiu da Bancada Negra de Vereadores de Porto Alegre e foi encampada pela Mesa Diretora da Casa. Cada um dos 36 vereadores pôde indicar até três personalidades para receberem o diploma em homenagem pela trajetória de cada um dos escolhidos. O evento foi realizado no Plenário Otávio Rocha. A sessão foi presidida pelo vereador Márcio Bins Ely (PDT).

A vereadora Laura Sito (PT), representando a Mesa Diretora, ressaltou a importância da data e da presença do povo negro ocupando os espaços de representação popular. “É uma imensa alegria ver tanta cara preta sentada na Câmara. Me emociona e é a força da nossa luta por uma cidade antirracista. Em 248 anos da Casa, pela primeira vez temos eleita uma bancada negra. Fruto da luta de décadas”, acrescentou. Após sua fala na tribuna, Laura assumiu a presidência da sessão.

Mês de reflexão e de luta contra o racismo no país

O dia 20 de novembro, por evocar a consciência negra nacional, precisa ser, de fato, um dia de reflexão e busca por novas ações para o combate ao racismo que, infelizmente, ainda hoje dificulta e tira a vida de mulheres e homens em todo o país.

Refletir, neste momento, sobre as reais condições de vida da população negra brasileira, no pós-abolição, é refletir sobre as reais condições de vida do povo brasileiro, que é, em sua maioria, constituído por uma população miscigenada. Nesta reflexão, é necessário pontuar a violência estampada no índice de homicídios que atinge esta população, e os diversos direitos sociais, escassos para a maior parcela da população brasileira e ainda mais limitado à população negra.

Segundo o DIEESE nas principais regiões metropolitanas do Brasil os trabalhadores negros, ganham na média salarial 36% a menos que os brancos. Já o IPEA apresenta números ainda mais preocupantes, quando afirma que o fato de ser negro aumenta em 8 pontos percentuais as chances de ser vítima de homicídio. De 2002 a 2010 registrou-se quase 300 mil assassinatos de negros e negras no país. Enquanto houve uma redução de 24,8% de homicídios de brancos.

Outra questão fundamental a ser combatida, é a falta de representatividade da população negra nos postos de comando no país, tanto no setor privado quanto no setor público. Ainda é raro vermos negros e negras ocupando os parlamentos brasileiros, em todos os níveis. A presença de negros e negras nas prefeituras, governos estaduais e no plano federal, ainda é tratado como uma exceção. Nas universidades, os mestrados e doutorados são ocupados quase que totalmente por pessoas brancas, o mesmo acontece na Magistratura e nas carreiras do estado que contam com altos salários.

Diante dessa realidade, o mês da Consciência Negra é de extrema importância, por marcar a luta dos negros e negras do Brasil. O racismo não pode ser encarado com naturalidade, mas como uma realidade que não pode ser aceita e deve ser exterminada da nossa sociedade.