Recorde de latrocínios em 2016 mostra falência do governo Sartori/PMDB

Café da manhã com Cézar Schirmer Foto: Maia Rubim/Sul21
Café da manhã com Cézar Schirmer Foto: Maia Rubim/Sul21

A Secretaria de Segurança Pública de Porto Alegre divulgou, nesta quinta-feira (26), os índices de violência referentes ao ano de 2016. Os números confirmaram o que já se esperava: o governo Sartori/PMDB é um retumbante fracasso na área da segurança pública. Os principais crimes contra a vida sofreram um aumento significativo, alcançando patamares inéditos no nosso estado. Os recordes nos casos de latrocínios e de homicídios dolosos, retratam o fracasso do governo Sartori/PMDB e sua política de cortes de investimentos.

Apesar dos números vergonhosos para qualquer sociedade minimamente civilizada, o suposto secretário de segurança, Cezar Schirmer, preferiu comemorar a redução de 2,9% nos casos de roubo e de 3,5% nos de furto de veículos. Quanto ao número absurdo de crimes contra a vida, 2872 casos de homicídios, o secretário preferiu criticar a forma como os outros estados computam suas ocorrências. “Outros estados mostram indicadores que aparentemente são melhores do que os nossos, mas na verdade há, com todo o respeito, uma espécie de manipulação. Quando conta homicídios, eles contam não o número de pessoas que morrem, mas de ocorrências. Se é uma ocorrência que morrem 4, é considerado um homicídio. Isso descaracteriza o dado. O que nós apresentamos aqui são os números de homicídio, somados um a um”, explicou Schirmer.

Schirmer prefere negar a realidade a admitir os erros do governo Sartori/PMDB

Quando questionado sobre as causas do aumento nos índices de violência, o secretário preferiu levantar várias “teses”, como a violência e permissividade da sociedade brasileira, o consumo de drogas e o aumento do desemprego. No entanto, as causas diretas o secretário não tem coragem de apontar. Em nenhum momento é citada a falta de efetivo, o parcelamento de salários, o atraso nas promoções, a falta de estrutura nas delegacias de homicídios, a crise do sistema penitenciário ou mesmo a política burra de encarceramento desenfreado, sem critérios ou estratégia. Mas isso seria exigir demais de um secretário com nenhuma experiência na área da segurança pública. Como diriam os mais antigos, quando não se sabe o que falar, enrola-se.

Diante dos números, secretário age como se não lhe dissesse respeito

O mais grave, no entanto, é a postura do secretário. Diante de tais números, Schirmer age como se fosse um analista e não o executivo que, em última instância, é o responsável pela explosão da violência no estado.

O governo Sartori/PMDB apresentou, em junho do ano passado, um Plano Estadual de Segurança Pública. Seis meses depois, quais os resultados desse Plano? Quais medidas foram efetivamente implantadas? Quais os reflexos dessas medidas nos números da violência? Este é o problema da segurança pública no nosso estado, não existe política! A cada caso que tem repercussão na opinião pública, o governo junta um amontoado de medidas desconexas e apresenta para a sociedade. Um mês depois, ninguém lembra mais de nada. No dito Plano de Segurança Pública, uma das maiores preocupações era o sistema penitenciário. Falava-se em reconstrução de nove pavilhões do Presídio Central e realização de concurso para a SUSEPE. Seis meses depois, nenhum pavilhão foi reconstruído, o concurso não foi realizado e nem mesmo o Presídio de Canoas foi inaugurado. Enquanto isso, mais de 100 presos superlotam as carceragens das delegacias, colocando em risco a vida dos policiais civis e da população que precisa dos serviços da polícia.

Essa é a realidade da segurança pública no nosso estado. Mais do que números, são vidas que são perdidas diariamente pela incompetência e irresponsabilidade do governo Sartori/PMDB. Em um ano, foram mais de 2.800 mortes violentas. Quase 8 a cada dia, o que significa uma morte a cada três horas no estado. Enquanto o governo não enxergar as vidas que estão por trás desses números, os índices continuarão crescendo e não adiantará ficarmos constatando que a nossa sociedade é violenta, como disse o secretário durante a formatura dos novos policiais nesta sexta-feira. São necessárias ações concretas por parte do poder público. A violência cresce quando o poder público é omisso. Esse é o principal problema do nosso estado atualmente: um governo omisso e irresponsável.